30 julho 2012

Os buracos da Estrada Nacional 125




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Esta fotografia foi tirada em 22 do corrente, mas o sinal a avisar os condutores de que o piso se encontra em mau estado, deve estar ali há mais de dois anos.

De facto, nos concelhos de Castro Marim e de Vila Real de Santo António (exceptuando, neste município o troço entre a rotunda da BP e a sede do concelho, que foi objecto de obras de remodelação que incluiram a construção de ridículas micro-rotundas onde os pesados não curvam sem pisar parcialmente a rotunda, e que tem como aborto maior a rotunda junto ao Pingo Doce) a Estrada Nacional 125 encontra-se em mau estado há vários anos.

Quem circula em sentido contrário, encontra à entrada da freguesia de Vila Nova de Cacela um sinal idêntico.

No dia em que tirei a fotografia, além dos sinais visíveis, há um outro, indicador de “obras na estrada”, que me levou a pensar: “até que enfim! Já não era sem tempo!” . Alguns metros andados foi a desilusão, porque as obras nada têm a ver com a reposição da camada de asfalto que vai desaparecendo a cada dia que passa. As obras estão a ser feitas por conta da EDP, ao que percebi para instalar cabos na berma.

Os condutores, dispensavam bem o aviso, não só porque os veículos não dispõem de asas que lhes permitam levantar vôo e evitar os buracos, mas também porque o mau estado do piso é por demais evidente.

E que tal se, em vez do sinal, metessem mãos à obra e colocassem um tapete de asfalto decente?


26 julho 2012

As coisas compõem-se



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Quando publiquei este texto, fiz uma chamada de atenção para o facto de não haver sinais de estar a ser feita a limpeza do areal da praia da Alagoa – pelo menos na zona envolvente da chamada “praia das primas –, ao contrário do que era habitual em anos anteriores. As consequências dessa ausência eram notórias.



Voltei hoje àquela praia, e tive uma agradável surpresa: coincidência ou não, para o caso não importa, o certo é que a areia estava limpa, e eram claros os sinais da presença do veículo que procedeu à limpeza. 


As fotografias não enganam.

23 julho 2012

Altura ao Abandono? - Parte II



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Esta passadeira para peões situa-se em frente ao Centro de Saúde de Altura, junto a um cruzamento que tem durante todo o ano muito movimento de peões e viaturas. No período de 15 de Junho a 15 de Setembro, em que na Rua da Alagoa apenas se pode circular no sentido descendente, o trânsito de veículos sofre um natural acréscimo neste local.

Como se pode ver, além da sujidade do piso, a tinta que  devia assinalar a zebra está praticamente invísivel. Durante a noite a falta de visibilidade é ainda maior.



Um pouco mais adiante, na Rua de Camões, encontra-se outra passadeira exactamente nas mesmas condições, como podem ver pela foto de cima.

Mas estes não são os únicos casos. Por exemplo, a situação repete-se, na passadeira em frente ao Centro Infantil, assim como em outros locais que seria fastidioso continuar a enumerar aqui.

Ao dar publicidade a estes casos, não me move outra intenção que não seja alertar quem de direito, para que possam ser rectificadas situações que nem sequer envolvem o dispêndio de grandes meios.

E em relação ao texto que aqui publiquei em 5 do corrente, devo salientar que foram já efectuados alguns trabalhos, e algumas das situações mencionadas foram, entretanto, corrigidas. Claro que para isso contribuiu a "pressão" de termos entrado na época alta do turismo local. E, sendo essa "pressão" positiva, seria igualmente desejável que os responsáveis se preocupassem também com o bem-estar de todos os que aqui têm residência permanente.


EN 125

Outro aspecto positivo que quero salientar, é a criação de uma passadeira para peões na E.N.125. Trata-se de uma benfeitoria importante, que a ser respeitada por todos – condutores e peões – contribuirá decisivamente para uma maior segurança.

Por testemunho directo, constatei, porém, que nem todos os condutores se detêm naquele local, nem todos os peões se dispõem a andar mais um pouco para atravessarem na passadeira, fazendo-o em locais desprotegidos. Mas isso já são contas que têm a ver com o rosário que é a educação cívica de cada um.


 

20 julho 2012

O Sotavento está a arder



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O fogo que lavra no concelho de Tavira desde a última quarta-feira, e que entretanto já atingiu o concelho de S. Brás de Alportel, continua a lavrar no momento em que escrevo, sem que se consiga prever quando (e como) será possível debelá-lo, apesar das muitas centenas de bombeiros e militares – não esquecendo a população civil - envolvidos no seu combate.

Também no concelho de Castro Marim se verificaram ontem dois focos de incêndio, em Monte Francisco e em Almada de Oiro, entretanto debelados.

As fotografias que ilustram este texto foram tiradas ontem, perto do fim do dia, em Altura, onde também se sentia o cheiro a queimado, e mostram o fumo do incêndio de Tavira a tapar o Sol, progressivamente.


Visto a partir do Centro de Saúde o céu estava todo encoberto pelo fumo


Outra perspectiva, junto à antiga piscina pública

17 julho 2012

Sinais da crise?






Esta fotografia, sem os automóveis, nada teria de estranho se tivesse sido feita entre os meses de Outubro e Abril ou Maio, e se as matrículas das auto-caravanas não fossem portuguesas.

Durante aquele período de sete ou oito meses, quer os parques de estacionamento da praia da Alagoa, em Altura, quer as ruas mais próximas, como é o caso desta, situada na Urbanização Dunamar, estão ocupados com muitas dezenas de auto-caravanas pertencentes a cidadãos estrangeiros.

É certo que a legislação em vigor proibe essa prática, mas as autoridades responsáveis pelo seu cumprimento “fecham os olhos”, provavelmente porque a “ocupação” não só é pacífica, mas também porque a economia beneficia com a presença destes turistas, numa época em que as caixas registadoras  do comércio local não têm muita utilização.

Durante os meses de Verão, as auto-caravanas viajam para outras paragens, pelo que fiquei surpreendido pelo aparecimento em força, durante o último fim-de-semana de outro tipo de auro-caravanas, com matrículas portuguesas.

É bem possível que se trate de turistas que habitualmente aproveitavam as suas férias para viajar pelo estrangeiro, mas que a crise, com os consequentes cortes nos seus rendimentos, obrigou a ficar mais perto de casa.

No caso de as autoridades continuarem a fechar os olhos à sua presença, resta esperar que estes veraneantes sejam pelo menos tão observadores das normas de higiene e limpeza, como os que nos visitam na época baixa.



Por outro lado, era esta a afluência de banhistas, hoje, a meio da manhã, que numa avaliação empírica, me parece bem superior à que se tem verificado na mesma altura, em anos anteriores

Hesito nas conclusões a tirar.

Afinal a crise não afectará assim tanto as pessoas?

Ou terão escolhido esta época para gozar férias, porque em Agosto os custos são habitualmente maiores?

Será que neste elevado número de veraneantes se contarão alguns que costumavam rumar ao estrangeiro, mas que este ano decidiram ficar por cá, porque o dinheiro está curto?

Sejam quais forem os motivos, o Verão em Altura está animado.


P.S. - Em anos anteriores, quem chegava de manhã à praia constatava que a areia tinha sido alvo de limpeza, feita com meios mecânicos, cujo rasto era pefeitamente visível.

Este ano não há vestígios de qualquer operação de limpeza. A máquina avariou?

P.P.S. - O passadiço para à denominada "Praia das Primas", que dá igualmente acesso às instalações de apoio aos pescadores, está parcialmente coberto por uma grossa camada de areia. Será muito complicado proceder à sua remoção,  facilitando o caminho aos banhistas?

13 julho 2012

A crise e a iniciativa privada


O que ainda restava das peças em exposição

Bem diz o primeiro delegado da troika em Portugal, Passos Coelho, que a crise pode ser uma oportunidade. 


E pode mesmo, como pude constatar ontem quando passeava pela praia da Alagoa. Duas senhoras, que me disseram ter ficado desempregadas, em consequência do corte dos financiamentos bancários às suas empresas, não ficaram quietas em casa a carpir as suas mágoas.


Aproveitando objectos que foram comprando, dos quais muitos deixaram de usar, tendo sido postos de lado, porque, entretanto, foram sendo substituídos por outros, vão criando postos de venda improvisados em vários locais, ao que parece com êxito.


As comerciantes de ocasião, junto ao mar, areando algumas peças para lhes dar maior brilho


Ontem, estenderam simplesmente uma toalha na areia da praia, próximo da beira-mar, e aproveitando a curiosidade e o interesse das banhistas que vão passeando de um lado para o outro, acabaram por ganhar algumas centenas de euros, com a venda da quase totalidade dos colares, fios e pulseiras, muitos dos quais de prata.


É deste modo, com o comércio informal de objectos em segunda mão (ou mesmo em terceira, já que, como me confidenciaram, alguns destes objectos já tinham sido herdados).Mas é também o retrato de um país na penúria onde muitas famílias estão na bancarrota, enquanto outras se aproximam dessa situação.

11 julho 2012

Macário Correia e a Lagoa dos Patos



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Esta terá sido uma das urbanizações autorizadas ilegalmente por Macário Correia, segundo o acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Quem começar a ler este texto começará por ficar, talvez, intrigado com o título, perguntando-se: mas que tem o Macário a ver com a Lagoa dos Patos, em Altura?

Directamente, nada, respondo eu, que apenas quero comparar a inabilidade de um autarca (que está para já a pagar por isso, com a má publicidade que lhe dá a comuicação social), com a esperteza de outro.

Como se sabe, Macário Correia anda nas bocas do Mundo pelas más notícias que a seu respeito têm saído todos os dias dando conta, primeiro, da perda de mandato por irregularidades graves que terá cometido enquanto presidente da Câmara de Tavira; depois, porque, aos 55 anos, requereu duas pensões de reforma; e, finalmente, porque estão a ser investigadas algumas decisões, aparentemente duvidosas, que tomou já na qualidade de presidente da Câmara de Faro.

Macário encontra-se a contas com uma carga de trabalhos porque ou teve pressa em despachar favoravelmente processos passando ao lado da lei e dos pareceres de quem sabia, ou não houve quem o aconselhasse a ter paciência e a aproveitar os tortuosos atalhos que as leis deixam sempre à disposição dos mais hábeis e persistentes.


Esta zona de Altura já foi Reserva Ecológica

Se não, vejamos: Macário violou a legislação que impede a construção, quer em zonas de Reserva Agrícola Nacional (RAN), quer em zonas de Reserva Ecológica Nacional (REN).

Se não tivesse pressa na tomada das decisões, ou se tivesse sido bem aconselhado, teria procedido como os responsáveis pela Câmara de Castro Marim que, pacientemente, e batendo às portas certas, ladearam situações semelhantes às de Macário, servindo-se dos alçapões legais que todas as leis deixam à disposição dos mais sagazes.

Neste caso, embora dê mais trabalho, muitas demoras, e sabe-se lá que outras diligências, sabendo dar os passos certos, consegue-se que o projecto apresentado seja considerado Projecto de Interesse Nacional (PIN), e o ambiente, as aves, os animais que deviam, eventualmente, merecer a nossa protecção, que se danem. É o progresso que está em causa, mais as taxas e licenças a pagar a quem de direito, mais sabe-se lá o quê.



 Lagoa dos Patos

Foi deste modo que o município de Castro Marim, sem fazer uso do voluntarismo que tramou Macário, conseguiu que fosse libertada do ónus que pendia sobre a zona, a Reserva Ecológica de Altura, incluindo a chamada “Lagos dos Patos”, santuário de muitas aves aquáticas, que vão ter de escolher outro poiso, se o conseguirem, para que se possa construir a “grandiosa” urbanização a que deram a “original” e muito imaginativa designação de “Verde Lago”.

Infelizmente para os investidores, bem como para os entusiasmados autarcas locais, a crise imobiliária veio atrasar tudo. Com um pouco de sorte, e como há males que vêm por bem, quem sabe se o projecto não acaba morrendo de “morte matada”, e nós vamos continuar a poder usufruir daquele espaço verde, livre do cimento e de novos ricos.


05 julho 2012

Altura ao abandono?


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A freguesia de Altura parece uma terra abandonada pelo Município de Castro Marim.

Basta passearmos um pouco pelas suas ruas para nos apercebermos dessa espécie de abandono. Nos passeios, as ervas crescem sem que os serviços da autarquia pareçam preocupar-se.



Os espaços verdes deixaram de ter os cuidados necessários. A relva está a ficar seca e sem recuperação possível – incluindo a zona envolvente da Junta de Freguesia – e as sebes que circundam os espaços relvados encontram-se igualmente descuidadas. Por um lado, não são aparadas (no cruzamento junto ao Centro de Saúde a altura descontrolada da sebe dificulta a visão dos condutores que, subindo a rua no sentido ascendente, não têm visão suficiente do trânsito que vem do lado esquerdo); por outro, alguns dos arbustos que vão secando, não são substituídos.




Não me parece que as restrições orçamentais, de que a própria autarquia já fez eco no seu site, sendo relevantes, justifiquem tudo. Aliás, algumas das iniciativas habituais, do tipo pão e circo, mantêm-se activas.



Como tem sido hábito em anos anteriores, os responsáveis, só quando se aproxima a época balnear se preocupam em melhorar a situação, para mostrar a cara lavada aos veraneantes. Percebe-se, porque estes são importantes para a depauperada economia local. Basta ver as salas meio vazias de restaurantes que, em anos anteriores, não tinham mãos a medir. Para já não falar dos que já nem abrem.



Porém, este ano a “lavagem de cara” começou tarde, e mal. Em vez da “brigada” que costumava andar de rua em rua a arrancar as ervas, puseram dois trabalhadores a colocar herbicida por toda a freguesia (ou a “ceifar” as que já pareciam uma seara, com roçadouras mecânicas). Para além do atentado ambiental que constitui a utilização do herbicida, esta medida não contribuiu para resolver o problema: a erva secou, mas continua lá.



Deve ser muito difícil ser autarca, e sentir que não consegue resolver os problemas básicos das populações que é suposto servir.

Para esses desinteressados servidores públicos, fica a minha solidariedade.



02 julho 2012

Cuidado com o estacionamento (parte II)

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O espaço ocupado pelo carro à esquerda também tem o "PRIVADO" escrito 

Um dos últimos textos que aqui publiquei em 2005, quando  escrevia com alguma regularidade (hábito que espero retomar agora) e que podem ler aqui, tinha o mesmo título deste.

Entretanto, aqueles passeios da Rua de Camões, em Altura, foram substituídos por outros mais largos e os volumosos vasos com plantas foram removidos do local.

O que não foi removida foi a vontade de alguns moradores de se considerarem donos da via pública. Depois das alterações, resolveram criar recentemente, no local onde estavam os vasos,  dois espaços de estacionamento privado, conforme se pode ver nestas fotografias.



O que me surpreende é que os serviços autárquicos, por vezes tão lestos a actuar noutros casos, sem aviso prévio, e abstendo-se de dar explicações aos lesados, quando solicitadas, não ponham cobro ao abuso. Aquele espaço é de todos.

Ou não?