O que ainda restava das peças em exposição
Bem diz o primeiro delegado da troika em Portugal, Passos Coelho, que a crise pode ser uma oportunidade.
E pode mesmo, como pude constatar ontem quando passeava pela praia da Alagoa. Duas senhoras, que me disseram ter ficado desempregadas, em consequência do corte dos financiamentos bancários às suas empresas, não ficaram quietas em casa a carpir as suas mágoas.
Aproveitando objectos que foram comprando, dos quais muitos deixaram de usar, tendo sido postos de lado, porque, entretanto, foram sendo substituídos por outros, vão criando postos de venda improvisados em vários locais, ao que parece com êxito.
As comerciantes de ocasião, junto ao mar, areando algumas peças para lhes dar maior brilho
Ontem, estenderam simplesmente uma toalha na areia da praia, próximo da beira-mar, e aproveitando a curiosidade e o interesse das banhistas que vão passeando de um lado para o outro, acabaram por ganhar algumas centenas de euros, com a venda da quase totalidade dos colares, fios e pulseiras, muitos dos quais de prata.
É deste modo, com o comércio informal de objectos em segunda mão (ou mesmo em terceira, já que, como me confidenciaram, alguns destes objectos já tinham sido herdados).Mas é também o retrato de um país na penúria onde muitas famílias estão na bancarrota, enquanto outras se aproximam dessa situação.
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