27 janeiro 2014

Um elogio (que gostaria de ter feito mais cedo)




Em 2 de Julho de 2012, deixei aqui um pequeno apontamento sobre o abuso de alguns moradores que se achavam no direito de criar, à revelia da lei, lugares de estacionamento privativo na via pública.

Como faço sempre que está em causa um assunto cuja correcção depende dos serviços do Município de Castro Marim, enviei o texto à atenção dos serviços da autarquia. Como acontece na maioria das vezes, também nessa altura não houve qualquer reacção à minha chamada de atenção para o abuso.



Porém, como não há mal que sempre dure, a irregularidade foi finalmente corrigida há poucas semanas. 

Mais vale tarde do que nunca. Pode ser que, finalmente, a "nova" vereação comece a dar a atenção de que Altura está a necessitar há anos.

24 janeiro 2014

Ainda a Área de Lazer de Altura (II)


 
 
(Clicar para aumentar)




Foto de 13 de Janeiro

Como tive oportunidade de transcrever aqui, a Senhora vice-presidente do Município de Castro Marim teve a amabilidade de informar que a conclusão das obras da Área de Lazer de Altura está prevista para meados do próximo mês de Fevereiro.


Foto de 17 de Janeiro

Faltando ainda cerca de três semanas para que seja cumprida a data prevista pela Senhora vice-presidente, e desconhecendo os meios, materiais e humanos, ao serviço do empreendimento, não tenho razões objectivas para duvidar de que a referida previsão venha a ser cumprida.



Foto de 22 de Janeiro

Porém, como se pode ver nas imagens acima, não parece ter havido grande progresso no andamento dos trabalhos, durante os dez das que mediaram entre a primeira e a última imagem.

Outro motivo de alguma perplexidade consiste no facto de não se ver ninguém a trabalhar, embora todas as imagens tenham sido obtidas em períodos do dia que habitualmente são considerados como "horário normal de trabalho".

Termino fazendo votos para que os trabalhos terminem efectivamente nas próximas semanas. Além, do prazer de podermos usufruir no futuro de um espaço novo e, por certo, aprazível,vemo-nos livres dos inconvenientes que sentimos quando, enquanto peões, temos de circular naquela zona.





14 janeiro 2014

"E não se pode exterminá-los?"

(Clicar nas fotos para aumentar)





O Município de Castro Marim decidiu colocar contentores para recolha de lixo reciclável no passeio fronteiro à Unidade de Saúde Familiar de Altura.

Trata-se de uma medida acertada quanto à zona escolhida, mas errada no que se refere ao local exacto onde foram colocados os referidos contentores.




Desde logo, porque apesar dos contentores terem duas aberturas, o facto de se encontrarem junto à sebe que delimita o espaço verde ali existente, apenas permite o depósito dos objectos a reciclar, por um dos lados. Porém, para agravar a situação, alguns automobilistas não respeitam a sinalização que no local proíbe o estacionamento de veículos (*). Há alturas do dia, sobretudo durante grande parte da manhã, em que o horário de funcionamento da Unidade de Saúde, coincide com a entrada das crianças no Centro Infantil, em que o trânsito e o estacionamento de viaturas se torna verdadeiramente caótico.



Quando, hoje, fui depositar alguns objectos recicláveis, deparei com o automóvel que estas imagens mostram estacionado de tal modo que apenas dava livre acesso ao contentor destinado ao cartão e ao papel.



(Quando por qualquer motivo fotografo viaturas para publicação neste blogue, ou em qualquer rede social, não deixo a matrícula visível. Desta vez decidi não o fazer. Pode ser que as fotos cheguem ao conhecimento do infractor, e ele tenha um laivo de vergonha e não repita a “graça”. O que não significa que outros não o façam.) (**)

Voltando à localização do ecoponto, julgo que teria sido melhor opção escolher o passeio lateral da Unidade de Saúde. Tem espaço suficiente – é mais largo do que o local escolhido –, e os moradores poderiam utilizar as duas aberturas dos contentores. Além de que não prejudicaria, de um ponto de vista paisagístico, a pequena zona verde como agora acontece. E tudo isto sem qualquer custo adicional.


(*) Aliás, o desrespeito pela sinalização de trânsito em Altura constitui a regra geral, seja nos sinais de stop, seja, por exemplo, no desrespeito pela linha amarela contínua na Rua da Alagoa, perante a aparente passividade de quem devia zelar pelo cumprimento das regras de trânsito, ou nas velocidades claramente excessivas a que alguns condutores circulam no interior da freguesia (embora não ignore que as restrições de ordem financeira condicionam a operacionalidade dos órgãos responsáveis).



(**) Pouco mais de duas horas depois de se ter verificado o episódio que acima refiro, tive de passar novamente pelo mesmo local. O automóvel que lá estava já tinha sido substituído pelo que estas fotos mostram.



Parafraseando o título de uma peça de Karl Valentin, apetece perguntar: “E não se pode exterminá-los?”


Refiro-me aos maus hábitos, e não aos mal habituados, claro.

11 janeiro 2014

Ele há gente que não tem um pingo de vergonha!






Ontem, no noticiário das 8 horas, ouvi uma jornalista da Antena 1 a debitar uma tese muito cara aos nossos governantes. Informava-nos a senhora que, e cito,  "o Tribunal Constitucional empurrou o Governo para o plano B (...)", levando-o uma vez mais a assaltar os bolsos, já de si vazios, dos reformados.

Suponho que a senhora jornalista nem se tenha dado ao trabalho de editar a peça que, eventualmente, terá recebido directamente de um dos múltiplos assessores governamentais que comem do pote que todos nós enchemos, com os assaltos de que vamos sendo vítimas.

Dado que o pivot do referido noticiário não identificou a senhora, não sei se será uma profissional experiente, do que duvido. 

Ao fazer a afirmação acima referida, o que a jornalista fez foi responsabilizar o referido Tribunal por mais este golpe de mão à nossa bolsa. Sucede que os juízes se limitaram a zelar pelo cumprimento da Lei Fundamental portuguesa, corrigindo, mais uma vez (quantas foram já?) o procedimento incompetente e ilegítimo de um Governo decidido a empobrecer-nos.

Na realidade, ao legislar com os pés foi o Governo, acolitado pela sua maioria parlamentar, que não deixou outra alternativa ao Tribunal se não decidir pela declaração de inconstitucionalidade da Lei. Por unanimidade, sublinhe-se.

Finalmente, se a senhora jornalista é digna de censura por ter dado a entender (fazendo figura de ingénua útil ou não), aos seus ouvintes de que o erro era do Tribunal, não merece menos crítica quem tinha a responsabilidade pela edição do noticiário. Ou por omissão, não se dando ao trabalho de se informar previamente do iria "sair", ou, o que seria mais grave, por conivência deliberada.

Eu sei que nos tempos difíceis por que (quase) todos passamos é preciso garantir "o pão nosso de cada dia". Para alguns, se isso implicar ter de tornar a coluna vertebral mais maleável, ou mesmo porem-se de cócoras, porque não?

Como dizia o outro, é a vida!








07 janeiro 2014

Eusébio no Panteão?

(Clicar na imagem para aumentar)


Imagem do jornal Público

Começo por esclarecer que, por uma vez (algum dia teria que ser), me sinto inclinado a concordar com Maria Filomena Mónica.

Em conformidade com a lei vigente, apenas a Assembleia da República tem competência para propor e votar, pelo menos um ano após a morte dos escolhidos, os méritos que justifiquem a sua eventual transladação para o Panteão Nacional.

Actualmente, a referida lei prevê a possibilidade de serem transladados para aquele monumento "os cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística, ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade.» 

Como se vê, nada na lei prevê que as "estrelas" do futebol possam usufruir daquela honra. Mesmo que se chamem Eusébio, e tenham sido talentosos futebolistas do Sporting de Lourenço Marques, do Benfica, do Beira-Mar, de Aveiro, bem como da União de Tomar (para só falar de clubes portugueses, ou que o eram à época).

Também é verdade que da  chamada "Casa das Leis" - que Paulo Morais, professor universitário, e vice-presidente da Transparência Internacional para Portugal, qualifica como sendo "o centro de corrupção em Portugal" - podemos esperar quase tudo, pelo que não me surpreenderá se fizerem uma alteração à lei, incluindo os desportistas entre os eleitos.

A ver vamos...





01 janeiro 2014

O nevoeiro que nos cega. Até quando?

Clicar nas imagens para aumentar




Hoje, primeiro dia de 2014, às oito e meia, o nevoeiro cobria Altura. A  cerração era tão densa que não permitia a visão para além de poucas dezenas de metros.

Não pude deixar de fazer uma analogia com a situação em que nos encontramos. Também nós, filhos de um deus menor, por obra e graça da incompetência, ou da má fé, de políticos que parecem estar a mando dos "grandes" financeiros, nacionais e internacionais, começamos o ano envoltos num manto de nevoeiro (ou será de uma absoluta escuridão?), que, fechando-nos os horizontes, nos impede não só de lobrigar o futuro, mas também de prever o que nos vai cair em cima, no próximo mês, ou mesmo na próxima semana.

Mas, mansos, continuamos a aguentar, como dizia o sábio banqueiro Ulrich, a quem pica a cevada na barriga, de tanta fartura que tem. 

De tal modo, que, como previam recentemente algumas sumidades nacionais, não há o perigo de o povo, sereno, se sublevar.


(Foto da Internet)


Deviam ser mais prudentes e, se conhecessem a história do burro do Zé Sardinheiro, talvez pensassem duas vezes.

O Zé Sardinheiro ganhava a vida calcorreando pequenas localidades a vender sardinha e outros peixes baratos, que carregava no seu burro.

Ora, numa manhã em que ia enchendo os cabazes colocados nas cangalhas, ao atirar uma última sardinha, o animal não suportou o peso e caiu, perante a surpresa do Zé, que se saiu com esta: "Atão o raio do burro já na pode cuma sardinha?!!!|"

O pior é que ao aliviar a carga do burro, este se levantou e pregou uns valentes coices no Zé, que foi parar ao hospital com uma perna partida, e várias nódoas negras, menos graves.

Tal como quem manda neste protectorado, que já foi um país independente, ignora que é impossível aguentar tudo, o Zé não sabia que a capacidade de o burro aguentar a sobrecarga, tinha limites. E pagou por isso.

Talvez fosse conveniente que também quem nos sobrecarrega pensasse duas vezes antes de continuar a aumentar a nossa carga.

É sempre de bom aviso ter cuidado com os mansos. Que raramente aguentam tudo!