29 agosto 2005

Recados de Algés (III)


Em Outubro de 2004, uma conhecida frutaria abriu uma loja na Rua Rodrigues de Freitas, em Algés.

Independentemente das consequências desastrosas para os pequenos comerciantes da zona, ficou agravado, quer o já díficil processo de estacionar na rua, face aos estratagemas usados para garantir lugar aos seus veículos, quer o próprio trânsito, atendendo à ocupaçäo da faixa de rodagem; inicialmente na Av. da República. Agora mudaram para a rua acima citada, certamente por reclamaçöes de outros condutores. As fotos que se juntam foram tiradas pouco antes das oito horas de um dia da semana passada e mostram o "parque de cargas e descargas" da loja. Os outros que se arranjem!



Onde é que pára a Polícia?

Recados de Algés (II)

Há coisas que atrapalham e que poderiam ser resolvidas com facilidade, bastando um pouco de atençäo dos responsáveis.

Junto ao Parque Anjos, no princípio da Alameda Hermano Patrone, existe uma árvore que teve há meses direito a um "recinto" especial, para sua protecçäo e do passeio que estava a ser afectado pelas raízes. Louvável, sem dúvida. Menos louvável a execuçäo do trabalho, que reduziu a largura do passeio a pouco mais de meio metro, que fica ainda mais reduzido quando os automóveis estacionam, ficando parte do compartimento do motor a ocupar o passeio.



Para dificultar mais a circulaçäo dos peöes existem ainda, num curto espaço, um poste da Carris e um sinal de trânsito, vertical. Com a aproximaçäo das eleiçöes decidiu a campanha do PSD colocar no mesmo sítio um outdoor de campanha. Näo seräo obstáculos a mais?


Um pouco mais à frente da árvore anteriormente referida encontra-se outro outdoor que, entre outras coisas, nos diz: "JARDINS E PALÁCIO ANJOS-COLECÇÄO DE ARTE DE MANUEL DE BRITO". Näo duvido que a colecçäo anunciada esteja exposta em qualquer outro lugar. No Palácio Anjos näo está por certo, visto que este, tal como os jardins, se encontra em obras e encerrado. Distracçäo?

Finalmente, custa muito instruir um jardineiro no sentido de proceder ao corte dos ramos das palmeiras que, no jardim junto à Marginal, atrapalham o passeio às pessoas?

Recados de Algés (I)

Vou aproveitar a minha breve pasagem por Algés para deixar alguns recados.

Mäo amiga fez-me chegar um e-mail que foi enviado em 16 do corrente para o Gabinete da Sra. Presidente da Câmara de Oeiras. Transcrevo a seguir o essencial dessa mensagem.




(...)
1 - No jardim de Algés, junto à Marginal e à Alameda Hermano Patrone, existem 4 caixas dispensadoras de sacos de plástico destinadas à recolha de dejectos caninos. A sua colocação merece os maiores encómios. Infelizmente, encontram-se frequentemente vazias, como acontecia hoje, de manha (conforme foto que junto - a propósito: a expressão " presente de cão" não me parece particularmente inspirada, tendo uma desnecessária conotação acintosa), e pelo menos desde há dez dias. Não será possível um pouco mais de atenção?

2 - Estão, não só muitas autarquias, mas também muitos particulares, entre os quais me incluo, empenhados numa prática de poupança de água, face ao problema da seca que assola o País. Neste contexto, é de difícil compreensão assistir a regas no jardim anteriormente citado, poucos minutos antes do meio-dia, debaixo de um Sol inclemente. Como é sabido, regar a essa hora é também uma forma de desperdiçar água.

3 - Na Rua de Olivença, igualmente em Algés, foram efectuadas em 2004 obras para abertura de valas, por uma empresa ao serviço da Lisbogás, que duraram intermináveis meses. Agora, a empresa voltou, provavelmente para rectificar trabalho mal feito. Sucede que os trabalhos que deveriam ter terminado em 29 de Julho, último, continuam inacabados, como se pode ver pela foto anexa, tirada hoje. Teremos que sofrer eternamente as consequências da impunidade de que parecem beneficiar estas empresas? Quem as fiscaliza? Ou não há fiscais?

(...)



Ontem mesmo, tive ocasiäo de verificar que a situaçäo se mantinha exactamente na mesma. Com uma diferença: näo havia jardineiros a regar. Fui informado de que a rega só é necessária de segunda a sexta-feira. Aos sábados domingos e feriados o jardim sobrevive sem rega, pelo que a dispensa. O que vem confirmar o desperdício que constitui o gasto de água diário .

Quanto aos sacos para o cócó dos cäes, as vozes do povo têm duas versöes.

Numa, o encarregado de abastecer as caixinhas carregou-as, foi de férias no mês de Agosto e - tal como na anedota em que um cavava e outro tapava o buraco, porque o que punha a planta tinha faltado - só voltará a haver sacos quando ele voltar.

Noutra, mais venenosa e em que näo acredito, haverá uma facçäo de responsáveis nos Serviços da Câmara que, pretendendo que a actual presidente perca as eleiçöes, pratica uma política de quanto pior, melhor.

Se calhar nenhuma corresponde à verdade. Será?

26 agosto 2005

Serviços mínimos


Vista parcial de Castro Marim (à esquerda, o edifício da täo cobiçada Câmara)


Este mês o blogue esteve de férias, ausente de Altura e em regime de serviços mínimos (para os quais contribuiram problemas informáticos durante dez dias). Assim continuará até ao princípio de Setembro. Depois, espera avançar a todo o vapor.

Entretanto, se estäo pelo Sotavento, näo deixem de visitar Castro Marim e as suas noites medievais, durante este fim de semana. Väo ver que näo daräo o tempo por perdido. Aliás, uma visita a Castro Marim nunca é tempo perdido.


O desmanchar da Feira, em 2004

Divirtam-se e, como dizia o Solnado, "façam o favor de ser felizes".



Outra vista parcial, com as marinhas de sal ( de excelente qualidade) e Ayamonte ao fundo

17 agosto 2005

Arte Pública

Aproveitando a grande afluência de veraneantes, um grupo de artistas anónimos decidiu promover culturalmente a freguesia de Altura, exibindo uma série de instalaçöes artísticas em vários locais da via pública. Claro que estas formas de arte näo seriam possíveis sem a prestimosa colaboraçäo dos serviços municipais ou das entidades a quem compete zelar pelo cumprimento do Código da Estrada.

Neste caso, os vários artistas foram ajudados pelo facto de o lixo depositado nos contentores estar demasiado tempo sem ser recolhido por que o devia ter feito.


Na foto acima poderá parecer que um pintor desleixado e sem civismo abandonou os baldes de tinta na via pública, depois de terminada a obra. Falta de cultura do leitor, é o que é. Atentando melhor, poderá verificar, quer pela disposiçäo dos objectos, quer pela harmonizaçäo da cor, que estamos em presença de um artista com largo futuro no mundo artístico nacional. Também aqui a performance näo teria sido realizada sem a magnanimidade dos serviços de recolha de lixo, que permitiram que a instalaçäo pemanecesse vários dias em exposiçäo.


Aqui os artistas refinaram, pondo à prova os reflexos dos espectadores-passantes. Esta iniciativa artística situa-se numa ampla praça, equipada com alguns meios para a prática de desportos radicais. Durante o Veräo está aberto um quiosque-bar que coloca no passeio uma esplanada, com grande número de mesas e cadeiras, que por si só já dificultam o trânsito de peöes. Mas, como se isso näo bastasse, vários artistas anónimos resolveram criar uma espécie de clima complementar às actividades radicais, e väo-se revezando ao longo do dia na instalaçäo de viaturas no espaço deixado vago pela esplanada, possibilitando desta forma que a adrenalina dos transeuntes suba, ao saltarem do passeio para competirem com os automóveis na ocupaçäo da faixa de rodagem. Também esta manifestaçäo artística näo seria possível sem a benevolência das autoridades.

Bem hajam todos quantos contribuem para que tenhamos um Veräo mais interessante.

16 agosto 2005

A Bandeira Azul

Lagoa de águas residuais, entre a Lota e a praia dos pescadores de Altura

Quer a praia de Altura (Alagoa), quer a de Manta Rota, näo foram contempladas em 2004 com o galardäo da Bandeira Azul, essencialmente devido aos problemas resultantes da existência de uma lagoa de águas residuais - vulgo, esgotos - situada entre as duas praias e a poucas dezenas de metros do mar.

Foi, por isso, com surpresa que constatei que, aquando da divulgaçäo da listagem das praias a quem foi outorgado o referido galardäo em 2005, dela constavam estas duas praias, visto que nada se tinha alterado.

Entretanto, a Organizaçäo que procede à atribuiçäo da Bandeira, retirou-a àquelas duas praias, por näo obedecerem aos critérios previamente definidos.

Mais recentemente, o jornal PÚBLICO reproduzia afirmaçöes de uma responsável da "Bandeira Azul", afirmando que a existência da lagoa configurava uma situaçäo de atentado à saúde pública.

Ontem, a Quercus divulgava uma lista de praias com água de má qualidade, que incluia a Praia da Lota. Para quem näo sabe, a Lota é uma praia confinante com a lagoa e fica situada entre a Manta Rota, de que é uma continuaçäo natural, e Altura.

Perante o que antecede, compreende-se mal - ou näo se compreende de todo, a näo ser pela proximidade das eleiçöes - a atitude revanchista do sr. presidente da Câmara de Castro Marim de mandar retirar as Bandeiras Azuis das praias do Cabeço e Verde. Com a sua decisäo vai por certo afastar veraneantes daquelas praias, com evidentes prejuízos para quem ali ganha, a duras penas, o seu sustento.

Voltarei ao problema das "águas residuais" de Altura, num próximo post.

09 agosto 2005

Vamos a Ayamonte

Uma das vantagens que temos por morar em Altura - além de termos poderes públicos que se preocupam com o nosso bem-estar, e por isso lhes chamo aqui, de vez em quando, a atençäo para uma ou outra coisa que lhes possa passar ao lado - é que podemos ir fazer compras a Ayamonte, Lepe ou Huelva.

Alguns dos meus amigos ficam espantados quando lhes digo os preços de artigos que compro no comércio espanhol.

A verdade é que, näo só o seu nível salarial é bem mais elevado que o nosso, para profissöes equivalentes, mas também o custo de vida é mais baixo, no que se refere a bens essenciais. Ou nem täo essenciais assim: um automóvel de gama média pode custar menos cinco ou seis mil euros do que em Portugal.

As fotografias que junto foram tiradas há poucos dias, com poucos minutos de intervalo.

A primeira mostra o último posto da BP antes da fronteira portuguesa.



A segunda refere-se ao primeiro posto, igualmente da BP, do lado espanhol.



As imagens quase dispensam mais palavras. Quero apenas sublinhar que a gasolina Eurosuper (que é a nossa 95) é mais barata em Espanha do que o gasóleo em Portugal.

Se vierem para estes lados, aproveitem. E divirtam-se.

08 agosto 2005

A seca é uma seca

Somos um país atreito a secas. Secas de vários tipos. Ciclicamente a chuva esquece-se de cair. O que parece agradar às Cassandras que vêm logo alertar para o risco de morrermos de sede (ou intoxicados pelo mau cheiro de quem tem, assim, um bom pretexto para a falta do duche da ordem, como diz um amigo meu). Ah! e também agrada a quem comercializa produtos hortícolas. Basta passar por um mercado para o constatar.

Nesta onda delirante da seca, até há, agora, uma publicidade na TV aconselhando-nos a tomar o duche ou o banho de imersäo em 5 minutos. Primeiro, ninguém enche uma banheira para tomar banho de imersäo a correr. Segundo, nem devem falar em banho de imersäo se querem mesmo incentivar a poupança de água.

A menos que seja propaganda como a que fazem algumas autarquias que, por um lado, dizem à populaçäo que evite regar jardins, lavar carros, etc. (recomendaçöes que caem em saco roto. Aliás, ainda näo ouvi nada sobre a rega de campos de golfe), por outro, regam diariamente os espaços ajardinados, sem cuidar de o fazer às horas mais convenientes (durante a noite, como qualquer agricultor sabe), mesmo se o sistema de rega é automático.

Estas duas fotografias de espaços públicos, comprovam-no.





As restantes, säo apenas três exemplos de sistemas de rega de jardins, cujos donos estäo ausentes durante a maior parte do ano e que funcionam todos os dias, seja Veräo ou seja Inverno, faça sol ou faça chuva. E que näo se limitam aos seus pequenos espaços. Aparentemente têm receio que o alcaträo seque.







03 agosto 2005

O rebanho

Altura, onde nesta época deveräo estar a residir temporariamente cerca de sete a oito mil almas (ou mais, é uma estimativa adiantada por um "velho" residente) é, na época baixa, um lugar calmo, com centenas de casas vazias e onde as pessoas nos dizem "Bom-dia!", mesmo que näo nos conheçam.



Há hábitos e usos enraizados, que podendo parecer estranhos a quem vem de fora, constituem a normalidade para quem aqui nasceu e vive desde sempre.



As fotografias que um leitor amigo me fez chegar, servem para ilustrar um modo de vida que nos faz recuar quarenta ou cinquenta anos atrás.



E também o pastor näo deixa de nos saudar.

Quem cresceu numa pequena localidade da província, sabe do que falo.

01 agosto 2005

Falta de limpeza




O post de 27 de Julho, último, parece que acabou por trazer mais meia dúzia de leitores. O autor da mensagem que postei (que nome feio!) divulgou o endereço do blogue e um novo leitor chamou-me a atenção para outro assunto.




Há cerca de um ano a Câmara Municipal mandou pessoal e máquinas para limpar uma faixa de terreno ao abandono, que mais parecia um matagal, e onde alguns moradores aproveitavam para despejar entulhos e outros restos de pequenas obras. Depois, colocou uma placa proibindo o despejo de lixo e entulho, sob pena de incorrerem em coimas. Os moradores das duas pequenas urbanizações que ladeiam aquele terreno agradeceram.



Sem qualquer outra acção preventiva, os arbustos voltaram naturalmente a crescer, com o cortejo normal de inconvenientes: caracóis que trepando os muros acabam por invadir os pequenos espaços verdes, insectos voadores e rastejantes que, aproveitando portas e janelas abertas, entram pelas casas sem pedir licença, ou ainda o pólen, com consequências nefastas para quem sofre de alergias, tudo acaba por causar forte incomodidade.



Sucede que agora toda aquela vegetação secou e, além de viverem na desagradável situação de terem um "matagal" à porta, o que assusta quem lá mora é a possibilidade de alguém, inadvertidamente ou não, incendiar as ervas e arbustos. Parece-me que, nestas circuntâncias, o receio tem razão de ser.



O morador que me alertou para a situação - e que me forneceu as fotos - escreveu um e-mail à Câmara, que lhe respondeu (em carta registada com aviso de recepção!!!! - para onde vai o nosso dinheiro, quando bastava clicar em Responder), informando que tinha contactado o proprietário para que procedesse à limpeza do terreno.



Não seria mais prático e expedito fazer como há um ano, procedendo os serviços camarários à limpeza e, se for caso disso, debitar o dono do lote?



Ou no ano passado o serviço foi clandestino? Até parece....