28 setembro 2012

A honestidade e os políticos


Na imagem, James (Jim) Hacker,  o Ministro dos Assuntos Administrativos, na série, e que mais tarde seria Primeiro-Ministro (papel interpretado pelo actor Paul Eddington)


Uma sondagem recente da Universidade Católica revela que, profundamente descrentes pela qualidade (ou pela a falta dela) dos políticos, “87% dos portugueses se manifestaram desiludidos com a democracia”.

Depois de ler a notícia, lembrei-me de uma série inglesa, intitulada “Yes, Minister”, que passou na RTP com o título “Sim, Sr. Ministro”, na década de 1980. Foi tal o seu êxito, que, os seus autores resolveram continuá-la, e assim surgiu, mais tarde, “Yes, Prime Minister” (Sim, Sr. Primeiro-Ministro”, na RTP).

Quem tem mais de 50 anos recorda-se com certeza das manobras, dos interesses e da hipocrisia que estavam por trás de todas as decisões de carácter político.


Sir Humphrey Appleby, secretário permanente do Ministério dos Assuntos Administrativos, e mais tarde do gabinete do Primeiro-Ministro (papel interpretado por Nigel Hawthorne), que manobrava todos os cordelinhos, fazendo de Jim Hacker uma perfeita marioneta

(Em Portugal este "trabalho"  de manobra é feito pelos oligarcas nacionais)

Os autores da série publicaram o argumento em dois livros, que foram editados pela editora Edições 70, em 1988.

Resolvi ir buscá-los à estante e relembrar algumas das cenas.

Mas basta a leitura de parte do prefácio do 2º volume, que cito a seguir, para nos apercebermos, não só da fina ironia dos seus autores – Jonathan Lynn e Antony Jay – mas também que a história se adapta como uma luva à actualidade portuguesa (e, sobretudo, à desonestidade da maior parte dos nossos políticos, que acaba por justificar o resultado da sondagem acima referida).

Citação:

O leitor de memórias políticas saberá que muitos dos diários de políticos são modelos de honestidade e rigor, repletos de generosidade de espírito, desprovidos de qualquer tentativa de justificar erros cometidos. De um modo geral, os políticos falam dos seus colegas com um calor e uma admiração que só são igualados pela forma modesta como referem os seus próprios contributos para a governação. Raras vezes tentam insinuar ou sugerir que todas as medidas que propuseram se revelaram um êxito, nem afirmam ter advertido quanto aos perigos de todas as que se revelaram catastróficas. Os políticos são uma nobre estirpe que, com a sua dedicação e o seu exercício altruísta do poder, transformaram a Grã-Bretanha naquilo que ela é hoje”

Fim de citação

Substitua-se Grã-Bretanha por Portugal, e o sarcasmo dos autores mostra-nos um retrato fiel da hipocrisia que faz caminho entre os nossos políticos, seja qual for a sua posição ideológica (isto admitindo que todos têm uma outra ideologia, que não a do “venha a nós”).

26 setembro 2012

Boas (e más) notícias


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Neste texto chamei a atenção para o (mau) estado em que se encontrava a generalidade das passadeiras para peões das ruas de Altura, a pedirem pintura urgente porque a tinta há muito que desaparecera.

Há cerca de duas semanas passei na rua onde se situam quer o Centro de Saúde, quer o Centro Infantil, e constatei com satisfação que os responsáveis da autarquia pareciam estar de acordo comigo, tendo decidido renovar a pintura das passadeiras da freguesia, começando justamente em frente àquelas duas instituições.




No dia seguinte, verifiquei que também a passadeira situada à entrada da Urbanização Bela Praia, junto à Avenida 24 de Junho, tinha sido intervencionada. “Isto vai!”, pensei eu com os meus botões, achando que tinha boas notícias para dar.

Afinal parece que “não vai”. Não tendo feito uma pesquisa exaustiva, mas tendo passado nas minhas caminhadas diárias por muitas outras ruas, concluí que, aparentemente, apenas aquelas três passadeiras mereceram a atenção dos serviços autárquicos.

Então e as outras? Terá faltado a tinta? Ou os cofres do Município estão de tal forma exauridos que já nem para a tinta há verba? Sugiro que, talvez “cortando” um dos passeios que a autarquia costuma organizar para alegrar os eleitores, se possa, com a inerente poupança, comprar a tinta em falta.



Outra boa e importante notícia é o reaparecimento da varredora mecânica, cuja ausência referi anteriormente. Já a vi em pleno funcionamento na rua onde resido, com evidente benefício para todos nós. Faço votos para que haja cabimento para a verba necessária ao seu regular funcionamento, e que este útil reaparecimento não seja episódico.



P.S. - Ainda a propósito de coisas menos boas. Para efectuarem ligações (de água, de gás, de telefones, ou de qualquer outra coisa), a uma moradia em construção na Rua Direita, foi aberta, há já alguns meses, uma vala naquela artéria. Depois de concluídas as ligações, e como é hábito nestes casos, a vala foi tapada com terra. Como também é procedimento habitual de muitos construtores, as obras terminaram, mas a reposição da situação anterior – em boa verdade nunca vi nenhuma ficar como estava antes – continua à espera de melhor oportunidade, perante a indiferença de quem tem o dever de fiscalizar. 



20 setembro 2012

À atenção do Município de Oeiras


Em Agosto de 2005, escrevi um texto neste blogue em que, entre outras coisas, chamava a atenção do Município de Oeiras para o desperdício de água que se verificava regando os jardins – no caso o Jardim 25 de Abril, em Algés – na hora de maior calor. Na altura fui informado de que esse procedimento se justificava porque, não dispondo aquele espaço verde de um sistema de rega automática, as regas eram feitas durante o horário normal de trabalho dos funcionários da autarquia.

Tratando-se de um assunto um tanto melindroso, já que ao incentivar de algum modo, ainda que mínimo, a instalação do referido sistema de rega, poderia estar a contribuir para que alguém fosse aumentar o número dos desempregados, não contestei o sistema usado, tendo sugerido apenas que os funcionários poderiam iniciar mais cedo aquela tarefa.

No passado dia 7 do corrente – um dia quente de Verão – , poucos minutos antes do meio-dia, constatei durante um passeio no referido jardim, que a "programação! das regas continuava na mesma, como se pode ver por esta fotografia:


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Como podem as mais diversas entidades, incluindo as autarquias, tentar convencer-nos a poupar água, quando são as primeiros a desperdiçá-la? Ou estará alguém convencido de que se gasta a mesma quantidade de água, quer se regue às oito horas da manhã, com a terra ainda fresca da noite, ou ao meio-dia, quando o Sol já vai alto?

Quis o acaso que, nesse mesmo dia, eu tivesse necessidade de me deslocar à sede do Concelho, mais precisamente à Urbanização Alto da Barra, onde cheguei cerca das duas e meia da tarde. E o que vi deixou-me ainda mais surpreendido do que ficara de manhã em Algés. Nesta Urbanização o Municipio instalou um sistema de rega por aspersão que, em princípio, pode (e deve) ser programado para iniciar a rega à hora pretendida.


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Pois apesar disso, àquela hora da tarde, com a temperatura elevada que se fazia sentir, o sistema de rega estava em pleno funcionamento. 

Não haverá ninguém na Divisão de Espaços Verdes que tenha a comezinha preocupação de programar a rega para uma hora mais conveniente?

14 setembro 2012

Uma chamada de atenção


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Como é facilmente visível a árvore no passeio está a começar a entortar o tronco, com a pressão feita pelos ramos da outra  árvore, que perturba o seu normal desenvolvimento 

Na artéria que liga a rua D. Dinis ao Centro de Saúde de Altura, foram plantadas várias árvores há cerca de dez anos, que no início apenas sobreviveram graças aos cuidados de alguns moradores que tomaram a seu cargo a tarefa de as regar, perante a ausência de quem tinha obrigação de o fazer. O que importa é que, nestes dez anos, as pequenas árvores cresceram, e já vão fazendo sombra, que alivia os peões que por ali circulam naqueles dias em que o sol parece querer abrasar tudo.


Aqui é uma trepadeira, cujas flores são bem visíveis, que se enleia na árvore, provocando-lhe uma espécie de raquitismo (além de, também neste caso, o tronco estar a entortar). Além disso, os peões para passarem, têm que se abaixar, ou desviar para a faixa de rodagem

Porém, algumas destas árvores estão a deparar-se com obstáculos à continuação do seu crescimento normal, devido à intromissão de outras árvores, ou de arbustos provenientes de sebes, que não são devidamente aparadas pelos proprietários das moradias adjacentes ao passeio.

Evidentemente que são estes os primeiros responsáveis pela manutenção do que plantam, dentro dos limites das suas propriedades. Porém, se não o fazem, cabe aos serviços de fiscalização da autarquia tomar as providências conducentes à correcção destas anomalias, incluindo, em caso de continuado incumprimento dos referidos proprietários, proceder, através dos serviços do Município, ao corte dos ramos “invasores”, que nalguns casos chegam a perturbar a circulação dos peões.


Neste caso é difícil percebermos onde se encontram os ramos da árvore, tapados pela desordenada invasão ramos dos arbustos. Também aqui a passagem de peões é dificultada 

Aliás, não seria a primeira vez que a autarquia procederia à remoção de “perigosos obstáculos”, sem “passar cartão” a ninguém, como de resto referi neste post, em tempo oportuno.



02 setembro 2012

Altura - Higiene e Limpeza



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Esta imagem mostra o interior de um contentor de lixo colocado junto ao lote 173 da Urbanização Bela Praia, em Altura, que, tal como acontece com a generalidade dos contentores desta localidade, está a necessitar de uma lavagem urgente. Mas lavagem de contentores em Altura, é coisa a que nunca assisti desde que, já lá vão mais de dez anos, aqui fixei residência.

A seta aponta para um buraco existente no fundo do contentor, o que poderia ajudar a explicar a sujidade da rua naquele local. Escrevo poderia porque, se é certo que o buraco deixa passar os resíduos líquidos que alguns moradores insistem em depositar nos contentores (não é raro assistir ao despejo directo nos contentores, de baldes contendo toda a espécie de lixo, em vez de serem utilizados sacos devidamente fechados), também é verdade que este tipo de sujidade se encontra em todos os locais onde estão situados os recipientes – sejam contentores, sejam os chamados Molok – o que pode indiciar alguma falta de cuidado por parte dos funcionários que os manuseiam.


É bem visível a sujidade no piso, que é comum a todos os locais onde existem recipientes para o lixo

Estes problemas – quer a lavagem de contentores, quer a lavagem das ruas – teriam solução se o departamento de Higiene e Limpeza da Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos, do Município, estivesse equipado com máquinas para o efeito, o que, tanto quanto sei, não é o caso, talvez porque se trate de equipamentos caros.

Mas, se até a “varredora mecânica”, que tão útil era, há muito que não é avistada por estas bandas (provavelmente por estar avariada e não haver disponibilidade para a reparar, ou substituir), como poderemos esperar a aquisição dos equipamentos referidos?

Talvez na limpeza das ruas pudesse ser usado o sistema que já vi ser aproveitado pelo Município de Oeiras: na falta de equipamento próprio, requisitou auto-tanques dos bombeiros, bem como o pessoal necessário, procedendo, desta forma, à lavagem das ruas. Pode não ter tido o resultado ideal, mas as ruas ficaram bem melhores.