30 setembro 2005

A campanha

Face ao marasmo que se verificou durante a pré-campanha, quase se pode dizer que a campanha está animada em Altura. O PSD, além do cartaz móvel a que me referi anteriormente, também já espalhou outdoors pela freguesia e, desde há três dias, tem informação no site www.estevens2005.com.

O site está feito de forma um tanto artesanal. Verifica-se alguma falta de preparação dos seus autores no campo da Língua Portuguesa. A fim de não os envergonhar, dispenso-me de citar aqui vários "lapsos" denunciando a existência de um conflito com a Língua materna. Porém, permito-me sugerir que, além da

"• Construção da escola do 1.º e 2.º ciclo do Ensino Básico em Altura, garantindo assim um Parque Escolar de primeira qualidade aos alunos do concelho. O projecto está aprovado e financiamento garantido;"

seja incluido no programa de acção da candidatura, uma atenção especial ao ensino do Português, não só aos jovens frequentadores das escolas concelhias, mas também aos adultos que, pela amostra, não tiveram a sorte de terem tido, no seu tempo, um presidente de Câmara atento e interessado.

As Linhas programáticas do programa eleitoral do Partido Social Democrata para Castro Marim abrangem um elevado número de obras, que muito beneficiariam os moradores do concelho, se esta ou qualquer outra candidatura conseguisse levá-las a termo. Infelizmente, todos sabemos que se trata de show-off, sempre necessário nestas alturas, mas normalmente esquecido na segunda-feira seguinte ao dia as eleições.

A maior parte de nós, que se contentava apenas com o trivial, mas feito em condições, não exigiria sequer metade do que nos é prometido. Aliás, o cumprimento de muitas das promessas não depende (ou não depende apenas) da vontade da equipa que nos vai governar, pelo que devia haver algum cuidado em evitar falsas esperanças - que acabam em desilusão - para os mais distraídos. São apenas os narizes-de-cera do costume.

Finalmente, uma rubrica que é habitualmente muito interessante, e que é sempre motivo de grande orgulho para os autarcas, remete-nos, lamentavelmente, para a seguinte página:

Obra Feita

Página em construção

Não me passa pela cabeça que nada tenha sido feito nos últimos quatro anos, ou que alguém tenha vergonha do que fez (o que se calhar, aqui e ali até teria razão de ser). Mas então por que é que falha a informação?

Outra falha no site, é a falta de um endereço para onde o eleitor possa enviar as suas dúvidas, sugestões, ou qualquer outro tipo de questão.

Mas, a existência desta forma de comunicar e informar é louvável. Ao contrário do que acontece com as restantes candidaturas, sei quem são e o que fazem os candidatos e, na maior parte dos casos, reconhecê-los-ei pelas fotos inseridas.

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No que respeita às ideias das candidaturas do PS e do CDS, nada posso escrever.

O PS fez um jantar, tem andado por aí com uns automóveis, umas bandeiras, música, mas é tudo. Não tenho qualquer informação para além da que aparece nos outdoors. Isto é, nada.

Quanto ao CDS, nem novas, nem mandados. Está desaparecido. Ou melhor: nunca apareceu.


22 setembro 2005

Em jeito de correcção

O post anterior sobre a pré-campanha, foi escrito ontem, embora só tenha sido colocado hoje, devido a algumas dificuldades com a inserção das fotos.

Por isso, impõem-se duas correcções :

Assim, no site cujo endereço indiquei, já não somos, hoje, redireccionados para o ideias frescas: aparece o cartaz de campanha do dr. Estevens, com a indicação de que o site está em construção. Tenhamos esperança de que ainda por lá apreçam informações úteis para o nosso esclarecimento.

Por outro lado, o PS à míngua de ideias, que não apresenta, colocou hoje novos cartazes, em substituição dos anteriores. Pode ser que ainda haja programa.

20 setembro 2005

Pré-campanha em Altura



Enganei-me redondamente quando escrevi, no meu post de 29 de Julho, último, que em breve iriamos ter Altura invadida por cartazes de campanha. De facto, pelo menos por onde circulo apenas se vêem outdoors do PS. Ao que parece, Castro Marim não é um concelho particularmente apetecível para os aparelhos partidários. Apenas concorrem três forças políticas: PSD, PS e CDS.

Não faço a menor ideia de quais são as ideias ou projectos dos candidatos para os próximos quatro anos. No caso do CDS sei o nome do candidato à Câmara, porque fui ver ao site do partido, que se limita a indicar o nome do cabeça de lista. Quanto aos restantes candidatos, nada.

A mesma coisa no que se refere ao PS, embora neste caso haja diversos outdoors espalhados pela freguesia. Sei, pois, o nome do candidato e sei também que tem como lema "PROJECTAR O FUTURO". De que forma tenciona projectar o futuro (e qual futuro, perante o arraial que anda por esse país fora, espero que não seja o dele), parece ser segredo.

Da candidata à Junta de Freguesia também pouca informação tenho. Sei o nome da senhora, conheço a fotografia e também que tenciona pôr "ALTURA EM MOVIMENTO", o que me assusta um bocado. Gosto de ficar calmamente por aqui, junto ao mar e a Ayamonte (com combustível muito mais barato - ontem a gasolina custava menos € 0,257 do que do lado de cá - e IVA a 4, 7 e 16%) . Além disso, tendo em conta a qualidade de construção (ou a falta dela) que se pratica na região, receio que o excesso de movimento não faça muito bem às casas.

Por fim a candidatura do PSD, para a qual todos prevêem a vitória. O actual presidente da Câmara recandidata-se, o que normalmente é meio caminho andado para a vitória.

Dizia recentemente um hoteleiro aqui da freguesia que o candidato do PSD ganhará menos por mérito próprio (parece que há muita gente descontente com a forma como conduziu os últimos quatro anos) e mais por falta de comparência do PS, que não terá apresentado uma personalidade marcante, e que, além da propaganda estática, parece ficar também estático, sem acção que se veja.

Aliás, o candidato do PSD deve sentir-se tão confiante que, não só não tem cartazes fixos colocados nesta freguesia - há alguns na sede do concelho - mas também ainda não deu a conhecer o seu programa para o próximo mandato, para lá do que já é conhecido: campos de golfe (há que dinamizar tão popular desporto entre os munícipes), hotéis e aldeamentos. O que sabemos é que pretende "CONTINUAR A ESCREVER A HISTÓRIA DO CONCELHO", o que, salvo melhor opinião, seria uma tarefa para os historiadores vindouros. Além disso diz-nos também o cartaz que "Ainda há muito para fazer". Sobre isso creio que recolherá a unanimidade de todos: há, efectivamente, "muito para fazer". Arregace as mangas e comece já, sr. presidente!

No que respeita aos problemas do dia-a-dia das populações, não sabemos quais as suas ideias, nem de que forma tenciona resolvê-los, ou pelo menos, minorá-los.

E, para que não se pense que existe parcialidade por parte do Recados de Altura na publicação das fotos dos cartazes, de que até agora só foram publicados os do PS, aqui vão duas fotos de um cartaz móvel que esteve nos últimos dias estacionado junto ao Mercado de Altura, a dar-nos música, por acaso agradável.

Escusavam - e disso não tem o candidato culpa - era de estacionar de forma a ocultar um sinal de trânsito importante.

Por outro lado, o referido cartaz remete-nos para o site www.estevens2005.com . Lá fui eu, pensando que ali iria encontrar todas as ideias da candidatura para os próximos anos. Frustração: fui reenviado para uma coisa chamada "ideias frescas" (que também fazem muita falta), onde não encontrei vestígios da candidatura do dr. Estevens.

Assim vai a pré-campanha do nosso desapontamento. Melhores dias virão, esperemos!



19 setembro 2005

Recado para o PÚBLICO

O jornal PÚBLICO tem vindo, de forma habilidosa (ou devia antes escrever ardilosa?), a aumentar o preço de venda.

Depois de ter aumentado ao sábado porque passou a incluir a Xis , foi a vez da sexta-feira porque inclui o Inimigo Público - aqui dou o aumento por merecido -, do domingo, dia em que sempre foi mais caro , porque passou a incluir uma coisa chamada Kulto , supostamente dedicada aos mais pequenos e que foi objecto de uma carta da Dra. Maria do Carmo Vieira, em que era fortemente zurzido. Em aparte, acrescento que foi vergonhosa a resposta que o jornal deu àquela professora de Língua Portuguesa.

(Aliás, alguns jornalistas do PÚBLICO convivem muito mal com as críticas dos leitores. Talvez por isso, a Direcção voltou a deixar cair a figura do Provedor do Leitor, que foi efemeramente exercido pelo jornalista Joaquim Furtado (que, de resto, foi mais Pilatos do que Provedor) depois de um longo interregno. Volte, Joaquim Fidalgo!)

Voltando à vaca fria: o último aumento surgiu hoje, para surpresa dos leitores e, ao que parece, dos vendedores que, a fazer fé na funcionária da papelaria onde compro jornais e revistas, também só hoje souberam de mais esta investida no bolso do incauto leitor. O pretexto é uma nova revista de "economia" que substitui o anterior caderno das segundas-feiras.

Resultado: só às terças, quartas e quintas-feiras é que o jornal custa o preço que supostamente seria o normal.

Quem é que lhes disse que eu e muitos outros leitores estamos interessados numa revista que de economia parece trazer pouco? Os que estão realmente interessados compram jornais especializados e melhor informados sobre o tema. Só falta que um dia destes seja obrigatório que, para trazer o jornal, seja obrigatório comprar também o DVD, o livro, o CD, a concha da sopa, a cafeteira do café, a medalhinha de S. Anastácio e sei lá que mais,talvez um lote de acções da SONAE, pagando o respectivo preço, já se vê.

Isto para não falar na fraca qualidade do produto, enquanto obra de tipografia, que me chega diariamente às mãos. As folhas com vincos que quase obrigam a mandá-lo à engomadoria para conseguir ler todas as linhas, borrões de tinta ou falta dela dando origem a espaços em branco, culminando com a dobragem e corte das folhas, que por vezes, aparecem sem margem, omitindo as primeiras letras, ou as últimas, consoante o caso.

Há 15 anos deixei de comprar regularmente o Diário de Notícias que foi substituido pelo PÚBLICO. Talvez esteja na hora de fazer o caminho inverso. Afinal, alguns dos melhores jornalistas já seguiram o mesmo caminho.

15 setembro 2005

Voltando aos "Recados de Algés"

Um dos posts que aqui coloquei a partir de Algés, teve eco. De facto, recebi um e-mail da Divisão Administrativa da Câmara Municipal de Oeiras que respondia a uma das questões colocadas, reenviando uma mensagem com origem noutro Departamento daquela autarquia, que a seguir transcrevo na parte que interessa.


"Aproveito o ensejo para agradecer a sua colaboração certa que, só com a colaboração dos munícipes, é possível atingir a meta que nos propomos e se traduz na melhoria sistemática das condições de vida dos cidadãos.

A Chefe da Divisão Administrativa

Os trabalhos da Lisboagás em 2004 resultaram da necessidade de substituir a tubagem de gás existente, dado o tempo de vida útil da mesma ter terminado.

Os trabalhos da Lisboagás em 2005 resultam da angariação de novos clientes aos quais houve necessidade de providenciar o abastecimento.


O trabalho está a ser acompanhado por fiscais desta divisão
."


Nem o facto de não ser esclarecida a razão primeira da questão colocada no referido "Recado" (a demora na reposição do passeio na situação anterior à obra), invalida o facto de aquela Câmara - pelo menos alguns Departamentos - ter uma prática democrática relativamente às reclamações/sugestões que lhe são colocadas.

Infelizmente este procedimento não é seguido por muitas outras autarquias que, aparentemente, interpretam os reparos feitos ao que está errado e que contribui para o mal-estar dos moradores, como ataques pessoais aos detentores dos cargos políticos - que, aliás, são por nós eleitos (às vezes à falta de melhor, ou porque não os conhecemos bem) - ou dos funcionários responsáveis, que até serão excelentes técnicos, mas que talvez estejam demasiado distantes das populações, bem como dos seus anseios.

Humildade democrática, precisa-se!

12 setembro 2005

Como funcionam os serviços da autarquia (III)


É claro que não me passa pela cabeça que esta moradia esteja a ser construida sem que tenham sido observados todos os trâmites necessários ao seu licenciamento e à passagem do correspondente alvará.

Mas a verdade é que o "alvará" colocado junto à obra está completamente em branco, como se pode comprovar pela fotografia a seguir inserida.




Ninguém de direito viu isto? Ou, mais uma vez, quem deve fazer cumprir a lei tem os óculos sujos?

07 setembro 2005

Como funcionam os serviços da autarquia (II)

As moradias que têm sido construidas em Altura ao longo dos últimos anos têm, obrigatoriamente, que dispor de garagem. Trata-se de uma medida correcta, destinada a evitar os problemas de estacionamento que se vêm em muitas localidades por esse país fora.




Porém, no caso que a fotografia acima, ilustra (e que não é caso único), como pode o condutor, por mais hábil que seja, levar o carro até à garagem, sem derrubar a caixa (da EDP? da PT?), mais o candeeiro? E que destino dará o proprietário à garagem onde não pode arrumar o carro?

Quem vistoriou a obra e emitiu a licença de utilização ter-se-ia esquecido dos óculos em casa?

Só pode!

"A LUTA CONTRA O MAL"

O título deste post, correspondde ao da última crónica de Vasco Pulido Valente no PÚBLICO, que a seguir transcrevo, parcialmente (os destaques a negrito são meus):

(...) Os partidos tomaram conta do Estado e puseram o Estado ao seu serviço. Os partidos sufocam e roubam o país. Muito bem. Mas como se vão reformar os partidos? Cortando as cabeças mais visívelmente nocivas? Marques Mendes tenta agora fazer isso. Parece que Isaltino, o impensável Valentim e algum peixe miúdo irão ser removidos para outras paragens. Só que este acto de higiene, em si mesmo louvável, não resolve a coisa. Há muitos Valentins pelo PSD, milhares deles, que não se agitam nem aparecem na televisão, Valentins discretos, quase anónimos, formiguinhas que tratam de si em grande sossego, sem abrir o bico, e contra esses Marques Mendes nada pode.

(...) Uma segunda escola filosófica vê a raiz do problema nas "Jotas" (para o leigo as "Juventudes": a JS, a JSD e congéneres). As "Jotas", dizem, são um viveiro de maldades. Caçam criancinhas na sua tenra idade e as criancinhas deixam de estudar para crescer entre a intriga, a calúnia e a manobra, até chegarem à Câmara do sítio ou a S. Bento e daí saltarem, já facínoras de carreira, a uma Secretaria de Estado ou a um Ministério. Abolir as "Jotas" fechava a torneira da peçonha. Infelizmente não fechava, dava por inteiro ao pai, ao tio, ao primo e ao cacique, principalmente ao cacique, a escolha do pessoal partidário. A Máfia nunca teve problemas de recrutamento. Os partidos também não teriam.

Existe, é claro, (...) a solução perfeita: o círculo uninominal (...). O círculo uninominal produziria deputados com uma verdadeira ligação ao povo (...). E esses deputados transformariam os partidos. Não transformavam (...) porque nesta ditosa Pátria nossa amada do círculo uninominal brotaria logo uma generosa torrente de Isaltinos, de Valentins, de Jardins, de Ferreira Torres. (...) Com o círculo uninominal, Marques Mendes, coitado, enlouquecia.

A maior parte das crónicas de Vasco Pulido Valente, padecem de uma enorme arrogância, da sobranceria de quem se sente iluminado, muito acima do comum dos mortais, a quem por vezes crítica com algum desfastio, mas claramente sem ilusões.

Desta vez o homem acertou na mouche. Não que isso nos valha de muito. Infelizmente os caciques vão continuar a cacicar.

02 setembro 2005

Como funcionam os serviços da autarquia? (I)


As três pérgolas que as fotografias mostram (e que são aqui apresentadas de forma aleatória), foram construidas na mesma zona de Altura, em ocasiões diferentes, mas com uma característica comum: a sua construção começou sem obtenção de licença camarária. Porém, duas delas tiveram as obras embargadas, e só foram concluidas depois de apresentados os projectos na Câmara e de obterem a necessária (às vezes) licença.




Segundo a versão corrente, partiu de uma técnica da autarquia residente na freguesia e que costuma passar na rua onde decorriam as obras - terá sido dela a iniciativa de mandar remover as pequenas rampas que foram tema do meu post de 27 de Julho, último -, a decisão do embargo. Inquestionável, de um ponto de vista estritamente legal. Mas uma medida que não é válida para todas as obras, feitas mais ou menos à vista de toda a gente.




Um dos exemplos do que acima afirmo é a terceira pérgola, que foi construida sem licença, apesar de mediarem três semanas entre o início e o fim da obra. Por onde andava quem fiscalização?

Ao referir este e outros casos semelhantes, que serão objecto de futuros posts, não me move qualquer intuito de prejudicar seja quem for, ou de me substituir aos serviços autárquicos na fiscalização de obras. Trata-se, isso sim, de denunciar a falta de coerência de procedimentos por parte dos serviços que, tal como no caso das rampas, actuam à sorte, num ou noutro caso, deixando a maioria impune.

Como diria o outro: "Fico chateado, pá! Claro que fico chateado!"

01 setembro 2005

O retorno à normalidade

Agosto acabou e, com a partida dos veraneantes, volta o sossego a Altura. Por isso, estou de regresso.

Por falta de tempo, hoje apenas deixo aqui algumas fotos, já com algumas semanas.

Espero poder dedicar-me a outros temas, amanhã.




Jacarandá em flor, na Urbanização Bela Praia.



Caixas de correio vandalizadas (na rua que vai da Rua da Alagoa para o Ecomarché). Mesmo assim os distribuidores de publicidade não perdoam.

Barco de pesca puxando a ganchorra, pertissimo da praia. A fiscalização estava de férias.