21 março 2014

POUSIO

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Este blogue vai entrar em pousio, não havendo previsão para o início de novas "culturas". Pode até acontecer que, tal como acontece com muitos campos por esse país fora, o pousio se converta em abandono. O futuro e a disposição do autor o dirão.

Para despedida, deixo-vos duas imagens de Altura. Na de cima, um amanhecer lindo, que a "arte" do fotógrafo não foi capaz de captar em toda a sua beleza.

Na de baixo, não podendo colocar aqui o perfume da flor do jasmim, fica o seu esplendor.

Finalmente o meu agradecimento aos que se deram à maçada de "passar" por aqui.



05 março 2014

Três (breves) notas

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A obra acabada

1 - Em 4 de Dezembro, último, dei conta da informação da Sra. vice-presidente do Município de Castro Marim, segundo a qual as obras de requalificação da área de lazer de Altura estariam concluídas em meados de Fevereiro.


Os "atamancados" acessos

Atrasaram duas semanas, é certo, mas ficaram prontas a tempo dos festejos carnavalescos. E duas semanas, numa obra que durou cerca de seis meses (!!!), pois teve início - não por acaso - em plena campanha eleitoral para as autárquicas, talvez seja um atraso aceitável. Isto digo eu que não tenho problemas de mobilidade. Quem os tem esteve seriamente limitado na sua movimentação naquela área; por exemplo, no acesso à farmácia.




 O novo remendo

2 - A prometida reparação da Rua da Alagoa, que foi objecto deste post, teve mais um episódio caricato. Em consequência do mau trabalho anterior, foi feito um novo remendo nas vésperas do desfile do Carnaval, não fosse algum folião tropeçar e cair nas poças de água suja. 



As consequências das poças de água suja no remendo

Mas como "quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita", o remendo foi feito com os mesmo defeitos do anterior. Basta pisá-lo para perceber a sua fragilidade: parece que se pisa uma flexível prancha de saltos. E o proprietário da moradia continuará com o muro (recém-pintado, recordo) sujo-



3 - Finalmente o meu aplauso para os sumidouros das águas pluviais que estão a ser colocados na Avenida 24 de Junho. Era uma obra há muito necessária para obviar aos charcos que se formavam de cada vez que chovia, e que eram prejudiciais, quer para os automobilistas, quer, sobretudo, para os peões que tinham o azar de circular no passeio quando alguma viatura passava. Era banho certo.



Já agora, e aproveitando a embalagem, bem podia o Município alargar a colocação de sumidouros noutras ruas onde o fenómeno se repete.

28 fevereiro 2014

Carnaval Infantil em Altura


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As crianças do Centro Infantil de Altura fizeram hoje a sua festa de Carnaval, exibindo as suas fantasias num desfile por algumas ruas da localidade . 



Se eu tivesse de escolher o mais bonito disfarce, não seria capaz, porque estavam todos muito bem mascarados.



Por isso estão todos de parabéns, assim como as suas educadoras.


18 fevereiro 2014

Ainda a localização do ecoponto


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Neste texto referi-me à deficiente opção na colocação dos contentores destinados à deposição de lixo para reciclar, bem como ao estacionamento abusivo que dificultava o acesso aos contentores.

Fonte segura informou-me que no dia seguinte à publicação do post, pelas nove e meia, apareceu uma viatura da GNR, que estacionou e permaneceu no local durante algum tempo. Claro que com a presença dos agentes ninguém caiu na esparrela de estacionar ali. Os infractores podem ter falta de civismo, mas não têm falta de tino. Mas, pouco depois da sua partida já o espaço estava ocupado.

Entretanto, talvez concordando que a localização não era boa os responsáveis decidiram mudar os contentores, colocando-os poucos metros ao lado, mas no mesmo passeio. Não terá sido a melhor opção, nem evitou que continue o estacionamento indevido, como mostra esta imagem.



Acontece  que quem vai continuar a "pagar as favas" pela opção errada é a sebe que já começou a secar no local onde estavam os contentores, e vai ficar igual no sítio onde estão agora. Parece que os responsáveis se esqueceram (ou não lhes terão ensinado na escola?) que sem a luz do sol não há vida. E o que os poucos meses de permanência fizeram antes, vai repetir-se no novo local. 

A evidência do contraste entre a fotografia de cima, onde a evolução do processo de secagem é nítido, e a imagem abaixo, onde nada impede a exposição à luz solar, mostram o erro que constitui a manutenção dos contentores junto ao espaço verde.

E, devido à teimosia dos pequenos poderes, vamos, muito provavelmente, ficar com mais uma zona ajardinada - que embora pequena, é a  única nesta zona -  com a degradação a fazer o seu caminho.

Alguém se importa? Parece que não.



14 fevereiro 2014

Um estorvo para o romance "Estorvo"




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Em 2010 a Visão - uma revista do Grupo de cominicação Impresa - publicou, e vendeu a um preço económico a quem comprasse a revista, uma edição descuidada do romance “Estorvo", da autoria de Chico Buarque de Hollanda.



Por razões que não vêm ao caso, apenas recentemente tive conhecimento daquela edição do romance, que, lamentavelmente, não foi objecto do trabalho cuidadoso que, quer o autor, quer a Companhia das Letras, editora do romance no Brasil, quer, sobretudo, os leitores que confiadamente o compraram, mereciam.



Na realidade, na edição da D. Quixote (Grupo Leya) que refiro quase não há páginas sem erros ortográficos, apesar de na ficha do livro aparecer o nome de uma revisora de texto (???).




Estas imagens, que dispensam legendas, e são apenas uma pequena amostra do “atentado” à Língua Portuguesa (que parece ter passado despercebido aos responsáveis, tanto da D. Quixote, como da Visão), não deixam dúvidas quanto à dimensão do desastre.

07 fevereiro 2014

O escaravelho vermelho e as palmeiras

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Troço da Avenida "das Palmeiras", como também é vulgarmente chamada, junto da Urbanização Bela Praia, antes do ataque da praga.

(Foto do Google Earth)

O escaravelho vermelho está para as palmeiras, como os governantes estão para o povo. São duas pragas que quando atacam - e fazem-no sempre que podem - destroem os seus alvos.

A Avenida 24 de Junho, em Altura, é uma via circular que começa e termina na Estrada Nacional 125. A dividir as duas faixas em cada sentido tem uma placa central, que, antes do ataque do escaravelho vermelho, tinha plantadas em toda a sua extensão palmeiras que embelezavam a paisagem.


Foto do mesmo troço depois do abate das palmeiras afectadas

Porém, à semelhança do que se já se verificava nos espaços verdes de muitas das moradias da localidade, cujas palmeiras tinham começado a ser dizimadas há algum tempo, também as palmeiras da Avenida  foram atacadas pela praga.



Outra imagem da Avenida, junto à Urbanização Rota do Sol, antes da investida do escaravelho
(Foto do Google Earth)

Infelizmente parece que ainda não se conhece antídoto para a "doença", de que sofre toda a região algarvia.

A única solução conhecida consiste no abate das "plantas arborescentes" (*) afectadas. Infelizmente, esta acção parece não ser suficientemente eficaz para travar a progressão do insecto predador.




Imagem do mesmo local tal como está actualmente




Tirei esta fotografia em Julho de 2007. Não é possível repeti-la, porque esta palmeira pertence ao grupo das que já foram abatidas.



(*) - As palmeiras não são consideradas árvores, porque todas as árvores possuem o crescimento do diâmetro do seu caule para a formação do tronco, que produz a madeira, e tal não acontece com as palmeiras.  

(Fonte:Wikipédia)


01 fevereiro 2014

Altura - Rua da Alagoa (II)


Do extenso programa eleitoral do actual executivo do Município de Castro Marim (dificilmente exequível, como são, na generalidade, estas declarações de intenções, que na realidade não passam disso) constava a promessa de requalificação da Rua da Alagoa, em Altura.

Espero, e não sou o único a ter essa esperança, que a promessa não caia em saco roto. Aliás, já em Novembro de 2012 escrevi aqui, referindo o mau estado daquela artéria.


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Porém, em vez do início das ansiadas obras, continuamos a assistir à sua progressiva degradação.

Há cerca de três semanas foi aberto mais um buraco na referida rua, para que fosse feito um ramal de ligação de água a uma moradia. (*)

Enquanto não foi tapado - o que só se verificou na semana que hoje termina - a "ferida" aberta foi piorando, não só em consequência da chuva que entretanto caiu abundantemente, mas também pela passagem de um ou de outro automobilista mais distraído.




Finalmente, estava o buraco remendado. Lamentavelmente com um remendo mal acabado, como estas imagens mostram. As duas primeiras fotos foram obtidas anteontem, ao princípio da manhã, e mostram, de modo bem visível na segunda, que a terra começava a substituir o asfalto.




A terceira imagem, obtida ontem, igualmente ao princípio da manhã, parece não deixar dúvidas quanto ao destino do remendo. Com a camada de asfalto a desaparecer a este ritmo, não demorará muito tempo até voltarmos a ter ali outra vez a rua esburacada.

Seria assim tão difícil a quem foi encarregado de realizar esta pequena obra, fazer um trabalho em condições, de forma a não deixar por mãos alheias a sua capacidade profissional? 

E não há ninguém responsável pela supervisão dos trabalhos?

Aditamento (em 03/02/2014): Depois de uma noite de chuva, o remendo apresentava este aspecto, esta manhã:



Presumo que os proprietários da moradia, que foi renovada, incluindo nova pintura, recentemente, devem estar satisfeitíssimos. 

Na mesma rua, poucos metros mais acima, "ligando" a rua Camões à rua António Branquinho, teve, entretanto, início mais um remendo:



Prossegue assim, em ritmo acelerado, a "requalificação" da rua.


(*) - Já agora, deixo uma pequena história que teve lugar no dia da ligação acima mencionada, e que demonstra como o Município de Castro Marim ainda tem um longo caminho pela frente, até alcançar um patamar de organização que sirva efectivamente os seus munícipes. 
        
Um pouco antes das 11 horas da manhã desse dia, ao abrir uma torneira, verifiquei que apenas saía um fio de água, insuficiente para accionar o esquentador. Liguei então para o Município, procurando informar-me dos motivos da falta de água. 

Atendeu-me uma prestável funcionária, que não estava ao corrente da situação, mas que me pediu para aguardar enquanto contactava "o sr. engenheiro para saber o que se passava". Pouco depois disse-me que o sr. engenheiro não estava na Câmara, pedindo-me que ligasse dez minutos mais tarde, enquanto tentava contactá-lo no exterior.

Quando voltei a ligar, a senhora comunicou-me que, segundo o sr. engenheiro, a falha se devia à ligação de um ramal, e que o fornecimento normal de água seria reposto em poucos minutos.

Nesta situação, ou noutras semelhantes, não seria normal que os serviços camarários estivessem devidamente informados das ocorrências, a fim de poderem esclarecer devidamente os interessados?


27 janeiro 2014

Um elogio (que gostaria de ter feito mais cedo)




Em 2 de Julho de 2012, deixei aqui um pequeno apontamento sobre o abuso de alguns moradores que se achavam no direito de criar, à revelia da lei, lugares de estacionamento privativo na via pública.

Como faço sempre que está em causa um assunto cuja correcção depende dos serviços do Município de Castro Marim, enviei o texto à atenção dos serviços da autarquia. Como acontece na maioria das vezes, também nessa altura não houve qualquer reacção à minha chamada de atenção para o abuso.



Porém, como não há mal que sempre dure, a irregularidade foi finalmente corrigida há poucas semanas. 

Mais vale tarde do que nunca. Pode ser que, finalmente, a "nova" vereação comece a dar a atenção de que Altura está a necessitar há anos.

24 janeiro 2014

Ainda a Área de Lazer de Altura (II)


 
 
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Foto de 13 de Janeiro

Como tive oportunidade de transcrever aqui, a Senhora vice-presidente do Município de Castro Marim teve a amabilidade de informar que a conclusão das obras da Área de Lazer de Altura está prevista para meados do próximo mês de Fevereiro.


Foto de 17 de Janeiro

Faltando ainda cerca de três semanas para que seja cumprida a data prevista pela Senhora vice-presidente, e desconhecendo os meios, materiais e humanos, ao serviço do empreendimento, não tenho razões objectivas para duvidar de que a referida previsão venha a ser cumprida.



Foto de 22 de Janeiro

Porém, como se pode ver nas imagens acima, não parece ter havido grande progresso no andamento dos trabalhos, durante os dez das que mediaram entre a primeira e a última imagem.

Outro motivo de alguma perplexidade consiste no facto de não se ver ninguém a trabalhar, embora todas as imagens tenham sido obtidas em períodos do dia que habitualmente são considerados como "horário normal de trabalho".

Termino fazendo votos para que os trabalhos terminem efectivamente nas próximas semanas. Além, do prazer de podermos usufruir no futuro de um espaço novo e, por certo, aprazível,vemo-nos livres dos inconvenientes que sentimos quando, enquanto peões, temos de circular naquela zona.





14 janeiro 2014

"E não se pode exterminá-los?"

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O Município de Castro Marim decidiu colocar contentores para recolha de lixo reciclável no passeio fronteiro à Unidade de Saúde Familiar de Altura.

Trata-se de uma medida acertada quanto à zona escolhida, mas errada no que se refere ao local exacto onde foram colocados os referidos contentores.




Desde logo, porque apesar dos contentores terem duas aberturas, o facto de se encontrarem junto à sebe que delimita o espaço verde ali existente, apenas permite o depósito dos objectos a reciclar, por um dos lados. Porém, para agravar a situação, alguns automobilistas não respeitam a sinalização que no local proíbe o estacionamento de veículos (*). Há alturas do dia, sobretudo durante grande parte da manhã, em que o horário de funcionamento da Unidade de Saúde, coincide com a entrada das crianças no Centro Infantil, em que o trânsito e o estacionamento de viaturas se torna verdadeiramente caótico.



Quando, hoje, fui depositar alguns objectos recicláveis, deparei com o automóvel que estas imagens mostram estacionado de tal modo que apenas dava livre acesso ao contentor destinado ao cartão e ao papel.



(Quando por qualquer motivo fotografo viaturas para publicação neste blogue, ou em qualquer rede social, não deixo a matrícula visível. Desta vez decidi não o fazer. Pode ser que as fotos cheguem ao conhecimento do infractor, e ele tenha um laivo de vergonha e não repita a “graça”. O que não significa que outros não o façam.) (**)

Voltando à localização do ecoponto, julgo que teria sido melhor opção escolher o passeio lateral da Unidade de Saúde. Tem espaço suficiente – é mais largo do que o local escolhido –, e os moradores poderiam utilizar as duas aberturas dos contentores. Além de que não prejudicaria, de um ponto de vista paisagístico, a pequena zona verde como agora acontece. E tudo isto sem qualquer custo adicional.


(*) Aliás, o desrespeito pela sinalização de trânsito em Altura constitui a regra geral, seja nos sinais de stop, seja, por exemplo, no desrespeito pela linha amarela contínua na Rua da Alagoa, perante a aparente passividade de quem devia zelar pelo cumprimento das regras de trânsito, ou nas velocidades claramente excessivas a que alguns condutores circulam no interior da freguesia (embora não ignore que as restrições de ordem financeira condicionam a operacionalidade dos órgãos responsáveis).



(**) Pouco mais de duas horas depois de se ter verificado o episódio que acima refiro, tive de passar novamente pelo mesmo local. O automóvel que lá estava já tinha sido substituído pelo que estas fotos mostram.



Parafraseando o título de uma peça de Karl Valentin, apetece perguntar: “E não se pode exterminá-los?”


Refiro-me aos maus hábitos, e não aos mal habituados, claro.

11 janeiro 2014

Ele há gente que não tem um pingo de vergonha!






Ontem, no noticiário das 8 horas, ouvi uma jornalista da Antena 1 a debitar uma tese muito cara aos nossos governantes. Informava-nos a senhora que, e cito,  "o Tribunal Constitucional empurrou o Governo para o plano B (...)", levando-o uma vez mais a assaltar os bolsos, já de si vazios, dos reformados.

Suponho que a senhora jornalista nem se tenha dado ao trabalho de editar a peça que, eventualmente, terá recebido directamente de um dos múltiplos assessores governamentais que comem do pote que todos nós enchemos, com os assaltos de que vamos sendo vítimas.

Dado que o pivot do referido noticiário não identificou a senhora, não sei se será uma profissional experiente, do que duvido. 

Ao fazer a afirmação acima referida, o que a jornalista fez foi responsabilizar o referido Tribunal por mais este golpe de mão à nossa bolsa. Sucede que os juízes se limitaram a zelar pelo cumprimento da Lei Fundamental portuguesa, corrigindo, mais uma vez (quantas foram já?) o procedimento incompetente e ilegítimo de um Governo decidido a empobrecer-nos.

Na realidade, ao legislar com os pés foi o Governo, acolitado pela sua maioria parlamentar, que não deixou outra alternativa ao Tribunal se não decidir pela declaração de inconstitucionalidade da Lei. Por unanimidade, sublinhe-se.

Finalmente, se a senhora jornalista é digna de censura por ter dado a entender (fazendo figura de ingénua útil ou não), aos seus ouvintes de que o erro era do Tribunal, não merece menos crítica quem tinha a responsabilidade pela edição do noticiário. Ou por omissão, não se dando ao trabalho de se informar previamente do iria "sair", ou, o que seria mais grave, por conivência deliberada.

Eu sei que nos tempos difíceis por que (quase) todos passamos é preciso garantir "o pão nosso de cada dia". Para alguns, se isso implicar ter de tornar a coluna vertebral mais maleável, ou mesmo porem-se de cócoras, porque não?

Como dizia o outro, é a vida!








07 janeiro 2014

Eusébio no Panteão?

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Imagem do jornal Público

Começo por esclarecer que, por uma vez (algum dia teria que ser), me sinto inclinado a concordar com Maria Filomena Mónica.

Em conformidade com a lei vigente, apenas a Assembleia da República tem competência para propor e votar, pelo menos um ano após a morte dos escolhidos, os méritos que justifiquem a sua eventual transladação para o Panteão Nacional.

Actualmente, a referida lei prevê a possibilidade de serem transladados para aquele monumento "os cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística, ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade.» 

Como se vê, nada na lei prevê que as "estrelas" do futebol possam usufruir daquela honra. Mesmo que se chamem Eusébio, e tenham sido talentosos futebolistas do Sporting de Lourenço Marques, do Benfica, do Beira-Mar, de Aveiro, bem como da União de Tomar (para só falar de clubes portugueses, ou que o eram à época).

Também é verdade que da  chamada "Casa das Leis" - que Paulo Morais, professor universitário, e vice-presidente da Transparência Internacional para Portugal, qualifica como sendo "o centro de corrupção em Portugal" - podemos esperar quase tudo, pelo que não me surpreenderá se fizerem uma alteração à lei, incluindo os desportistas entre os eleitos.

A ver vamos...





01 janeiro 2014

O nevoeiro que nos cega. Até quando?

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Hoje, primeiro dia de 2014, às oito e meia, o nevoeiro cobria Altura. A  cerração era tão densa que não permitia a visão para além de poucas dezenas de metros.

Não pude deixar de fazer uma analogia com a situação em que nos encontramos. Também nós, filhos de um deus menor, por obra e graça da incompetência, ou da má fé, de políticos que parecem estar a mando dos "grandes" financeiros, nacionais e internacionais, começamos o ano envoltos num manto de nevoeiro (ou será de uma absoluta escuridão?), que, fechando-nos os horizontes, nos impede não só de lobrigar o futuro, mas também de prever o que nos vai cair em cima, no próximo mês, ou mesmo na próxima semana.

Mas, mansos, continuamos a aguentar, como dizia o sábio banqueiro Ulrich, a quem pica a cevada na barriga, de tanta fartura que tem. 

De tal modo, que, como previam recentemente algumas sumidades nacionais, não há o perigo de o povo, sereno, se sublevar.


(Foto da Internet)


Deviam ser mais prudentes e, se conhecessem a história do burro do Zé Sardinheiro, talvez pensassem duas vezes.

O Zé Sardinheiro ganhava a vida calcorreando pequenas localidades a vender sardinha e outros peixes baratos, que carregava no seu burro.

Ora, numa manhã em que ia enchendo os cabazes colocados nas cangalhas, ao atirar uma última sardinha, o animal não suportou o peso e caiu, perante a surpresa do Zé, que se saiu com esta: "Atão o raio do burro já na pode cuma sardinha?!!!|"

O pior é que ao aliviar a carga do burro, este se levantou e pregou uns valentes coices no Zé, que foi parar ao hospital com uma perna partida, e várias nódoas negras, menos graves.

Tal como quem manda neste protectorado, que já foi um país independente, ignora que é impossível aguentar tudo, o Zé não sabia que a capacidade de o burro aguentar a sobrecarga, tinha limites. E pagou por isso.

Talvez fosse conveniente que também quem nos sobrecarrega pensasse duas vezes antes de continuar a aumentar a nossa carga.

É sempre de bom aviso ter cuidado com os mansos. Que raramente aguentam tudo!