06 dezembro 2012

A Gilauto do Restelo e a publicidade enviesada



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A Gilauto do Restelo resolveu fazer uma campanha de publicidade do Renault Clio, que não lembraria ao diabo.

Ontem, ao circular na Rua Cândido dos Reis e na Avenida da República, em Algés, verifiquei que alguns automóveis tinham um folheto com publicidade colado na janela do condutor, como se pode ver na foto de cima.

Só o facto de, em vez de deixarem o folheto nas escovas dos limpa-vidros, como é usual (embora também contestável), terem colado o papel na janela, já configura uma situação de abuso que devia envergonhar o autor da ideia. Porém, o pior é que, quando o condutor pretende descolar o papel, descobre que a cola é forte e o resultado é o que se vê na foto abaixo.



Não é difícil imaginar as dificuldades de visibilidade de quem conduz, nem as condições de (in)segurança da condução enquanto não conseguir remover o papel e a cola.

Nem o Clio, nem a Renault têm culpa, mas atitudes destas não contribuem para o prestígio da marca. Quanto à Gilauto do Restelo, mais palavras para quê?

01 dezembro 2012

Da legitimidade democrática e eleitoral




O texto que transcrevo a seguir, parcialmente, é da autoria de Nuno Saraiva, subdirector do Diário de Notícias. Resolvi publicá-lo por me parecer constituir uma análise pertinente e reveladora do modo como uma boa parte do povo português foi enganada.


É também um retrato fiel dos dirigentes políticos do chamado arco governamental a que “temos direito” (provavelmente se os outros se juntassem a esse arco, seriam iguais; não tenho ilusões a esse respeito). Prometem bacalhau a pataco, mentindo com quantos dentes têm na boca – mesmo que branqueados por dentistas na berra – para obterem um lugar no poleiro.

Os sublinhados a negrito são de minha autoria.

Podem ler aqui a crónica na íntegra.

Escreve Nuno Saraiva:

“"Pedro Passos Coelho confessou, esta semana, em entrevista televisiva, que o fracasso das previsões macroeconómicas do Governo ficou a dever-se, entre outras coisas, a uma "surpresa orçamental". Assim uma espécie de "ovo Kinder" das contas públicas.

Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava: "Espero nunca dizer ao País, ingenuamente, que não conhecíamos a situação. Nós temos uma noção de como as coisas estão."

Trata-se, apenas, de mais uma demonstração de como o contrato de confiança estabelecido com os eleitores nas últimas legislativas foi quebrado. Em junho de 2011, Passos Coelho conquistou, através do voto, a legitimidade para governar.

Porém, e embora a realidade mude e possa obrigar a correções e inflexões, aquilo a que assistimos nos últimos 17 meses foi ao sucessivo dito por não dito e a um rol impressionante de compromissos quebrados e promessas falhadas.

Senão vejamos. A 1 de abril de 2011, garantia-se que "cortar o décimo terceiro mês é um disparate". Antes, a 24 de março, prometia-se que "se vier a ser necessário ainda algum ajustamento fiscal, a minha garantia é a de que ele será canalizado para os impostos sobre o consumo e não para os impostos sobre os rendimentos das pessoas". Já em pré-campanha eleitoral, a 30 de abril do mesmo ano, a proclamação era de que "posso garantir-vos que não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro no Estado". A 10 de maio, e respondendo a uma acusação direta do então primeiro-ministro, Passos Coelho assegurava que era "absolutamente falso" que quisesse acabar com o IVA intermédio para a restauração. Do mesmo mês sobra ainda o compromisso de que "a carga fiscal que está definida é mais do que necessária e não precisamos de ir mais longe". E, já em campanha, afirmava-se de forma solene: "Não olhamos para as classes com rendimentos de mil e poucos euros dizendo 'aqui estão os ricos de Portugal e eles que paguem a crise'". E por aí adiante.

Sabemos todos o que afinal foi feito. Entre um "enorme aumento de impostos" e uma sobretaxa de 50% sobre o 13.º mês, houve de tudo: o IVA da restauração passou para a taxa máxima, confiscaram-se os subsídios de férias e de Natal à administração pública e aos pensionistas, subiu-se brutalmente o IRS, cortou-se nos ordenados e despediram-se trabalhadores do Estado.

(...)

Sabemos agora que, afinal, havia uma agenda escondida. E que quando se fala de "refundação" é do redesenho da arquitetura social do Estado que se trata. E que "cortar nas gorduras" não era apenas reduzir os consumos excessivos ou acabar com organismos inúteis que servem apenas às clientelas partidárias. As ditas "gorduras" eram, isso sim, a Saúde, a Educação e as pensões da Segurança Social. E este é um mandato que o Governo não tem porque nunca o quis discutir em campanha eleitoral.""

(…)

Nota: O autor da crónica segue o “Novo” Acordo Ortográfico. Na transcrição que faço respeito, naturalmente, a sua opção.




28 novembro 2012

Dois pesos e duas medidas


O tornado que assolou os concelhos de Lagoa e de Silves, no passado dia 16 do corrente, foi aproveitado pela Companhia de Seguros Fidelidade para apresentar serviço e, de caminho, mostrar como um situação dramática para uns, pode ser uma excelente oportunidade para outros fazerem uma campanha de promoção.

Foi assim que, logo no dia seguinte, sábado 17, os jornais de maior circulação publicaram um anúncio de página inteira, onde a Fidelidade anunciava que tinha já enviado peritos para, in-loco, avaliarem os prejuízos causados aos seus segurados por aquele fenómeno da natureza, de forma a poder ressarci-los dos prejuízos no mais curto prazo. Ao mesmo tempo, comunicava que os seus escritórios na mesma região estariam a funcionar durante todo o fim de semana.

Os noticiários on-line dos jornais de segunda-feira, 19, informavam que a referida seguradora começara já a pagar aos segurados os valores devidos pelos danos sofridos.

Mostrando serviço, os assessores de comunicação da Fidelidade estiveram à altura das exigências, revelando merecer cada euro que a companhia lhes paga. E a imagem da seguradora saiu reforçada aos olhos do grande público, por comparação com a concorrência.

A história muda, porém, de figura quando as situações ocorrem longe dos holofotes.

Acontece que, no mesmo dia do tornado, ao fim da tarde, uma segurada da mesma Fidelidade, residente em Rio de Mouro, concelho de Sintra, viu a sua moradia inundada pela água que, em consequência da chuva intensa que caiu naquela localidade, entrou pela porta das traseiras e inundou a cozinha, a sala e dois quartos, causando prejuízos que a referida segurada avaliou, com base no custo dos bens danificados, em cerca de € 5.500,00.

Feita a participação do sinistro à seguradora, na manhã de segunda-feira, 19, foi-lhe comunicado que um perito se deslocaria à sua residência na quarta-feira seguinte, o que veio a acontecer.

Porém, longe das atenções da comunicação social que dá relevo às “boas acções”, o perito avaliou os prejuízos num valor inferior a € 2.100,00. Discordando, a segurada recusou-se a assinar a peritagem, ficando a aguardar um contacto que, conforme informação do perito, a Fidelidade faria mais tarde.

No entanto, até hoje, apenas obteve uma informação do seu agente de seguros: o perito ainda não tinha entregue o relatório da peritagem na última segunda-feira, 26.

Este é um caso em que a pressa não compensa a companhia. A segurada pode esperar. Entretanto, as carpetes, já a cheirar mal, continuam na garagem à espera da decisão da Fidelidade. E talvez da disponibilidade do perito para entregar o relatório.

Não é por acaso que as seguradoras têm uma cotação fortemente negativa na generalidade da opinião pública.

20 novembro 2012

Altura - Rua da Alagoa




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A Rua Alagoa, em Altura, é a artéria com maior volume de tráfego desta localidade, a par com a Avenida 24 de Junho.

As imagens que acompanham este texto, são uma reduzida amostra do mau estado do piso da referida artéria. Se não houver uma intervenção rápida, o Inverno que se aproxima deixá-la-à pouco menos do que intransitável.

Esperemos que os responsáveis autárquicos sejam capazes de responder com a prontidão necessária. Foi a contar com isso que os elegemos.




Nota: Tenho remetido para os órgãos autárquicos respectivos, as chamadas de atenção que aqui vou fazendo. Quer o Município de Oeiras, quer a Junta de Freguesia de Altura, fazem eco das minhas comunicações, cumprindo o que é, afinal, o seu dever democrático, independentemente da atenção que realmente lhes seja dada.

Do Município de Castro Marim não recebo mais do que um “ruidoso” silêncio. Talvez tomem os meus textos como críticas. Nada mais errado. Apenas pretendo chamar a atenção para algumas situações que podem e devem ser melhoradas. Chama-se a isso sentido (e dever) cívico.














11 novembro 2012

Amanhecer em Altura ...

... Hoje, às seis horas e trinta e cinco minutos.

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Sul



Nascente

09 novembro 2012

É proibido abandonar resíduos (II)


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Quando escrevi este post, fi-lo na convicção de estar a prestar um serviço cívico em defesa do ambiente da nossa freguesia. Parece que o resultado foi o oposto. Alguém que terá, eventualmente, lido o meu texto, percebendo que a impunidade para a infracção à lei era, afinal, a regra, não esteve com meias medidas: tratou de cortar tudo o que era árvore ou arbusto no seu jardim, e ocupou todo o passeio com os tais "verdes", cujo abandono na via pública é supostamente proibido, bem como severamente punido.

O resultado está (parcialmente, já que não consegui "apanhar" a totalidade das verduras) à vista.


Aditamento em 11/11/2012 - Passei há pouco por esta rua e constatei que os arbustos já tinham sido removidos, presumo que a expensas do Município, como é habitual. Entretanto, o passeio ficou com este aspecto:











27 outubro 2012

O Estacionamento em Algés


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Esta foto foi tirada ontem, cerca das 9H30M. Além dos três lugares disponíveis que a imagem mostra, havia mais cinco lugares vazios (todos com estacionamento pago). Porém, o condutor do automóvel preto, que se vê ao fundo, à direita, e que chegou poucos minutos antes do momento em que tirei a foto, preferiu estacionar, de borla, junto aos contentores, E ali ficou até ao fim da tarde, sem que ninguém o incomodasse.

Actualização a esta legenda: Como se pode constatar pela foto a seguir publicada, que foi tirada hoje (29 de Outubro de 2012), parece que o condutor do automóvel faz daquele espaço o seu estacionamento privativo.



Os urbanizadores das zonas habitacionais mais antigas de Algés – e incluo entre estes os responsáveis autárquicos que, a partir da década de 1960, autorizaram a construção de prédios onde antes existiam moradias – não tinham uma visão capaz de abarcar o aumento de residentes motorizados, que naquela década já era visível.


O motorista deste autocarro, consegue, ao fim de alguns minutos de bloqueio, sair do emaranhado de veículos que “engarrafados”, e com a “ajuda” dos que, estacionados em infracção, ocupam parte dos passeios e das faixas de rodagem, impedindo que o trânsito flua normalmente. Esta é uma situação corrente durante todo o dia, sobretudo no passeio do lado direito, sem que “ninguém” seja incomodado.


Daí, a ausência de garagens na maioria dos prédios dessa época, agravada pela existência de ruas estreitas – até algumas, pomposamente chamadas “Avenidas”, não passam de ruas de dimensões um pouco mais largas.

Da incapacidade de previsão desses responsáveis, resultou um “salve-se quem puder” quando chega a hora de encontrar um “buraco” disponível para estacionar o automóvel. Salvo nas zonas de estacionamento pago (e mesmo nestas, quando o estacionamento só é pago de um lado, porque a rua é demasiado estreita, o passeio do outro lado fica permanentemente ocupado por viaturas apesar dos sinais de proibição, a que ninguém liga – nem a P.S.P.), todos os locais servem, incluindo os passeios, mesmo que isso obrigue os peões a circular no meio das ruas. As imagens – que não passam de uma pequena amostra da realidade – são suficientemente elucidativas.


Neste quarteirão da Avenida da República, o estacionamento nos passeios era uma constante. O problema foi resolvido com a colocação de pilares de ferro resistentes ao vandalismo. Anteriormente tinham sido colocados outros, frágeis que foram derrubados.



Na rua Bernardino de Oliveira é assim: automóveis no passeio, peões no asfalto.
Alguém se incomoda?








Contrastes



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Esta imagem foi obtida a partir da Rua Ernesto Silva, em Algés, junto à Liga de Algés. Nela podemos ver, em primeiro plano, o terreno onde existiu uma moradia, abandonado, à espera de melhores tempos para ali ser construído um prédio. À direita, encontra-se um prédio antigo, em degradação, degradação que é partilhada pela moradia do lado esquerdo, que aguarda comprador.

Num plano intermédio, dois prédios de habitação, cuja construção remonta às décadas de 1950/1960.

E, em último plano uma solitária torre, situada no Alto de Algés, cuja volumetria destoa das dimensões das modernas construções que a rodeiam, pela sua notória desproporção. É difícil compreender (ou não?) como foi possível autorizar a sua construção.

18 outubro 2012

Quando Chove em Altura





Rua Direita

Hoje tivemos uma noite e um dia em que a chuva se abateu sobre Altura, o que me levou a publicar estas fotografias que mostram como Altura se pode tornar na terra dos minilagos ,sempre que chove.

As imagens não foram recolhidas hoje, já que o tempo não aconselha passeios desnecessários, mas presumo que os cenários não serão muito diferentes destes.

Há várias razões que podem justificar estas pequenas, mas incómodas, inundações, que terão, aparentemente, resultado de um defeituoso trabalho de asfaltagem das ruas, que parece igualmente não ter sido devidamente fiscalizado, daí resultando a existência de irregularidades no piso, onde a água se acumula.

A falta de limpeza dos escoadouros é igualmente um factor agravante para esta situação.



Urbanização Bela Praia

É conveniente usar galochas



Urbanização Bela Praia





Avenida 24 de Junho (já a secar)





Traseiras da Turcongel

11 outubro 2012

É proibido abandonar resíduos




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Quem der um passeio por Altura encontra este “Aviso” em vários locais da freguesia. Constata igualmente que quem infringir o Dec.-Lei invocado, está a cometer uma infracção grave, se atendermos aos valores da coima, que não são inferiores a € 1.500,00, podendo chegar a € 44.890,00. É obra! E caso para dissuadir qualquer cidadão potencialmente incumpridor.

Poder-se-ia mesmo pensar, que perante tão ameaçadora perspectiva, ninguém ousaria abandonar/depositar um tijolo partido, ou um ramo de roseira, por exemplo, em local proibido.  Pelo contrário, seguiria as recomendações deixadas no referido “Aviso”, pela Câmara Municipal de Castro Marim.

Acontece que não é assim que as coisas se passam.




Nesta imagem, datada de 22 de Junho, último, são visíveis os resíduos que foram sendo abandonados ao longo de semanas, sem quaisquer consequências.

Em 23 de Setembro, a lixeira tinha aumentado, como se comprova pela foto seguinte.



Os resíduos foram depositados em pleno dia, às claras,



transportados pelo cidadão que, de costas, conduz um carro de mão onde foram transportados.

Quanto aos verdes, igualmente referidos no “Aviso”, podem ser encontrados a qualquer dia e a qualquer hora, num ou noutro ponto da freguesia, como no caso desta imagem, 


ou desta,


em que o autor do abandono, depois de podar a nespereira, e de acondicionar os restantes “verdes” em sacos de plástico, os abandonou, mesmo junto a outro “Aviso”.

E por que acontece isto?

Em primeiro lugar, porque o Município ameaça, mas não fiscaliza. Fiscalizar dá trabalho e não dá votos.

Em segundo lugar, porque toda a gente sabe que, periodicamente, mesmo sem ser necessário fazer o contacto telefónico a que se refere o “Aviso”, a Câmara manda uma camioneta, com pessoal, para fazer a recolha dos resíduos e dos “verdes” abandonados. Ainda hoje, de manhã, encontrei uma nessa missão.

Quanto às coimas, não havendo quem fiscalize, também não há memória de alguma ter sido alguma vez aplicada.

A questão que neste caso importa levantar, é: se o Município, não só não fiscaliza, mas ainda por cima acaba por proceder à recolha dos resíduos, sem qualquer encargo para os infractores, por que é que andou a gastar o dinheiro dos contribuintes na compra e colocação dos avisos?

28 setembro 2012

A honestidade e os políticos


Na imagem, James (Jim) Hacker,  o Ministro dos Assuntos Administrativos, na série, e que mais tarde seria Primeiro-Ministro (papel interpretado pelo actor Paul Eddington)


Uma sondagem recente da Universidade Católica revela que, profundamente descrentes pela qualidade (ou pela a falta dela) dos políticos, “87% dos portugueses se manifestaram desiludidos com a democracia”.

Depois de ler a notícia, lembrei-me de uma série inglesa, intitulada “Yes, Minister”, que passou na RTP com o título “Sim, Sr. Ministro”, na década de 1980. Foi tal o seu êxito, que, os seus autores resolveram continuá-la, e assim surgiu, mais tarde, “Yes, Prime Minister” (Sim, Sr. Primeiro-Ministro”, na RTP).

Quem tem mais de 50 anos recorda-se com certeza das manobras, dos interesses e da hipocrisia que estavam por trás de todas as decisões de carácter político.


Sir Humphrey Appleby, secretário permanente do Ministério dos Assuntos Administrativos, e mais tarde do gabinete do Primeiro-Ministro (papel interpretado por Nigel Hawthorne), que manobrava todos os cordelinhos, fazendo de Jim Hacker uma perfeita marioneta

(Em Portugal este "trabalho"  de manobra é feito pelos oligarcas nacionais)

Os autores da série publicaram o argumento em dois livros, que foram editados pela editora Edições 70, em 1988.

Resolvi ir buscá-los à estante e relembrar algumas das cenas.

Mas basta a leitura de parte do prefácio do 2º volume, que cito a seguir, para nos apercebermos, não só da fina ironia dos seus autores – Jonathan Lynn e Antony Jay – mas também que a história se adapta como uma luva à actualidade portuguesa (e, sobretudo, à desonestidade da maior parte dos nossos políticos, que acaba por justificar o resultado da sondagem acima referida).

Citação:

O leitor de memórias políticas saberá que muitos dos diários de políticos são modelos de honestidade e rigor, repletos de generosidade de espírito, desprovidos de qualquer tentativa de justificar erros cometidos. De um modo geral, os políticos falam dos seus colegas com um calor e uma admiração que só são igualados pela forma modesta como referem os seus próprios contributos para a governação. Raras vezes tentam insinuar ou sugerir que todas as medidas que propuseram se revelaram um êxito, nem afirmam ter advertido quanto aos perigos de todas as que se revelaram catastróficas. Os políticos são uma nobre estirpe que, com a sua dedicação e o seu exercício altruísta do poder, transformaram a Grã-Bretanha naquilo que ela é hoje”

Fim de citação

Substitua-se Grã-Bretanha por Portugal, e o sarcasmo dos autores mostra-nos um retrato fiel da hipocrisia que faz caminho entre os nossos políticos, seja qual for a sua posição ideológica (isto admitindo que todos têm uma outra ideologia, que não a do “venha a nós”).

26 setembro 2012

Boas (e más) notícias


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Neste texto chamei a atenção para o (mau) estado em que se encontrava a generalidade das passadeiras para peões das ruas de Altura, a pedirem pintura urgente porque a tinta há muito que desaparecera.

Há cerca de duas semanas passei na rua onde se situam quer o Centro de Saúde, quer o Centro Infantil, e constatei com satisfação que os responsáveis da autarquia pareciam estar de acordo comigo, tendo decidido renovar a pintura das passadeiras da freguesia, começando justamente em frente àquelas duas instituições.




No dia seguinte, verifiquei que também a passadeira situada à entrada da Urbanização Bela Praia, junto à Avenida 24 de Junho, tinha sido intervencionada. “Isto vai!”, pensei eu com os meus botões, achando que tinha boas notícias para dar.

Afinal parece que “não vai”. Não tendo feito uma pesquisa exaustiva, mas tendo passado nas minhas caminhadas diárias por muitas outras ruas, concluí que, aparentemente, apenas aquelas três passadeiras mereceram a atenção dos serviços autárquicos.

Então e as outras? Terá faltado a tinta? Ou os cofres do Município estão de tal forma exauridos que já nem para a tinta há verba? Sugiro que, talvez “cortando” um dos passeios que a autarquia costuma organizar para alegrar os eleitores, se possa, com a inerente poupança, comprar a tinta em falta.



Outra boa e importante notícia é o reaparecimento da varredora mecânica, cuja ausência referi anteriormente. Já a vi em pleno funcionamento na rua onde resido, com evidente benefício para todos nós. Faço votos para que haja cabimento para a verba necessária ao seu regular funcionamento, e que este útil reaparecimento não seja episódico.



P.S. - Ainda a propósito de coisas menos boas. Para efectuarem ligações (de água, de gás, de telefones, ou de qualquer outra coisa), a uma moradia em construção na Rua Direita, foi aberta, há já alguns meses, uma vala naquela artéria. Depois de concluídas as ligações, e como é hábito nestes casos, a vala foi tapada com terra. Como também é procedimento habitual de muitos construtores, as obras terminaram, mas a reposição da situação anterior – em boa verdade nunca vi nenhuma ficar como estava antes – continua à espera de melhor oportunidade, perante a indiferença de quem tem o dever de fiscalizar. 



20 setembro 2012

À atenção do Município de Oeiras


Em Agosto de 2005, escrevi um texto neste blogue em que, entre outras coisas, chamava a atenção do Município de Oeiras para o desperdício de água que se verificava regando os jardins – no caso o Jardim 25 de Abril, em Algés – na hora de maior calor. Na altura fui informado de que esse procedimento se justificava porque, não dispondo aquele espaço verde de um sistema de rega automática, as regas eram feitas durante o horário normal de trabalho dos funcionários da autarquia.

Tratando-se de um assunto um tanto melindroso, já que ao incentivar de algum modo, ainda que mínimo, a instalação do referido sistema de rega, poderia estar a contribuir para que alguém fosse aumentar o número dos desempregados, não contestei o sistema usado, tendo sugerido apenas que os funcionários poderiam iniciar mais cedo aquela tarefa.

No passado dia 7 do corrente – um dia quente de Verão – , poucos minutos antes do meio-dia, constatei durante um passeio no referido jardim, que a "programação! das regas continuava na mesma, como se pode ver por esta fotografia:


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Como podem as mais diversas entidades, incluindo as autarquias, tentar convencer-nos a poupar água, quando são as primeiros a desperdiçá-la? Ou estará alguém convencido de que se gasta a mesma quantidade de água, quer se regue às oito horas da manhã, com a terra ainda fresca da noite, ou ao meio-dia, quando o Sol já vai alto?

Quis o acaso que, nesse mesmo dia, eu tivesse necessidade de me deslocar à sede do Concelho, mais precisamente à Urbanização Alto da Barra, onde cheguei cerca das duas e meia da tarde. E o que vi deixou-me ainda mais surpreendido do que ficara de manhã em Algés. Nesta Urbanização o Municipio instalou um sistema de rega por aspersão que, em princípio, pode (e deve) ser programado para iniciar a rega à hora pretendida.


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Pois apesar disso, àquela hora da tarde, com a temperatura elevada que se fazia sentir, o sistema de rega estava em pleno funcionamento. 

Não haverá ninguém na Divisão de Espaços Verdes que tenha a comezinha preocupação de programar a rega para uma hora mais conveniente?

14 setembro 2012

Uma chamada de atenção


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Como é facilmente visível a árvore no passeio está a começar a entortar o tronco, com a pressão feita pelos ramos da outra  árvore, que perturba o seu normal desenvolvimento 

Na artéria que liga a rua D. Dinis ao Centro de Saúde de Altura, foram plantadas várias árvores há cerca de dez anos, que no início apenas sobreviveram graças aos cuidados de alguns moradores que tomaram a seu cargo a tarefa de as regar, perante a ausência de quem tinha obrigação de o fazer. O que importa é que, nestes dez anos, as pequenas árvores cresceram, e já vão fazendo sombra, que alivia os peões que por ali circulam naqueles dias em que o sol parece querer abrasar tudo.


Aqui é uma trepadeira, cujas flores são bem visíveis, que se enleia na árvore, provocando-lhe uma espécie de raquitismo (além de, também neste caso, o tronco estar a entortar). Além disso, os peões para passarem, têm que se abaixar, ou desviar para a faixa de rodagem

Porém, algumas destas árvores estão a deparar-se com obstáculos à continuação do seu crescimento normal, devido à intromissão de outras árvores, ou de arbustos provenientes de sebes, que não são devidamente aparadas pelos proprietários das moradias adjacentes ao passeio.

Evidentemente que são estes os primeiros responsáveis pela manutenção do que plantam, dentro dos limites das suas propriedades. Porém, se não o fazem, cabe aos serviços de fiscalização da autarquia tomar as providências conducentes à correcção destas anomalias, incluindo, em caso de continuado incumprimento dos referidos proprietários, proceder, através dos serviços do Município, ao corte dos ramos “invasores”, que nalguns casos chegam a perturbar a circulação dos peões.


Neste caso é difícil percebermos onde se encontram os ramos da árvore, tapados pela desordenada invasão ramos dos arbustos. Também aqui a passagem de peões é dificultada 

Aliás, não seria a primeira vez que a autarquia procederia à remoção de “perigosos obstáculos”, sem “passar cartão” a ninguém, como de resto referi neste post, em tempo oportuno.



02 setembro 2012

Altura - Higiene e Limpeza



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Esta imagem mostra o interior de um contentor de lixo colocado junto ao lote 173 da Urbanização Bela Praia, em Altura, que, tal como acontece com a generalidade dos contentores desta localidade, está a necessitar de uma lavagem urgente. Mas lavagem de contentores em Altura, é coisa a que nunca assisti desde que, já lá vão mais de dez anos, aqui fixei residência.

A seta aponta para um buraco existente no fundo do contentor, o que poderia ajudar a explicar a sujidade da rua naquele local. Escrevo poderia porque, se é certo que o buraco deixa passar os resíduos líquidos que alguns moradores insistem em depositar nos contentores (não é raro assistir ao despejo directo nos contentores, de baldes contendo toda a espécie de lixo, em vez de serem utilizados sacos devidamente fechados), também é verdade que este tipo de sujidade se encontra em todos os locais onde estão situados os recipientes – sejam contentores, sejam os chamados Molok – o que pode indiciar alguma falta de cuidado por parte dos funcionários que os manuseiam.


É bem visível a sujidade no piso, que é comum a todos os locais onde existem recipientes para o lixo

Estes problemas – quer a lavagem de contentores, quer a lavagem das ruas – teriam solução se o departamento de Higiene e Limpeza da Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos, do Município, estivesse equipado com máquinas para o efeito, o que, tanto quanto sei, não é o caso, talvez porque se trate de equipamentos caros.

Mas, se até a “varredora mecânica”, que tão útil era, há muito que não é avistada por estas bandas (provavelmente por estar avariada e não haver disponibilidade para a reparar, ou substituir), como poderemos esperar a aquisição dos equipamentos referidos?

Talvez na limpeza das ruas pudesse ser usado o sistema que já vi ser aproveitado pelo Município de Oeiras: na falta de equipamento próprio, requisitou auto-tanques dos bombeiros, bem como o pessoal necessário, procedendo, desta forma, à lavagem das ruas. Pode não ter tido o resultado ideal, mas as ruas ficaram bem melhores.

25 agosto 2012

A toponímia de Altura


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Freguesia de Altura

Não encontrei no organograma constante do site do Município de Castro Marim qualquer referência que elucide sobre a existência de uma Comissão de Toponímia. Porém, com essa, ou com qualquer outra designação, deve existir na “Divisão Urbanística Administrativa” um departamento que se ocupe dessa matéria, importante em qualquer localidade.

Se, como penso, tal departamento existe, não tem sido muito o trabalho que tem tido para atribuir nomes às ruas de Altura. De facto, o “anonimato” é uma característica da maior parte das artérias desta freguesia, o que constitui um verdadeiro quebra-cabeças, quer para visitantes, quer para os motoristas de viaturas de serviços de entregas.


Urbanização das Laranjeiras, na rua Direita

Eu próprio, quando vim para Altura, tive de alugar um apartado na estação dos CTT de Cacela, para ter a certeza de que receberia a correspondência que me era dirigida. O problema ficou mais ou menos resolvido, quando decidi desenhar e imprimir um “croquis”, que entreguei ao responsável pelo Centro de Distribuição dos CTT, em Vila Real de Santo António. E, de cada vez que fazia uma compra que obrigasse a entrega posterior, entregava o “croquis” para que o motorista não andasse às aranhas.

Isto acontece porque, na freguesia, em vez do (quase inexistente) nome das ruas, aos endereços são atribuídos os nomes das urbanizações, com o número do respectivo lote. Sucede que as urbanizações são muitas – algumas com nomes que não lembrariam ao demo - e, à excepção das mais antigas e mais conhecidas, a maior parte não tem mais de uma dúzia de lotes. 

Andar, por exemplo, à procura do Lt. 2B da Urbanização Constroventur (sim, o endereço existe) pode ser uma “aventura” demorada.


Urbanização das Laranjeiras, junto à EN 125

Mas a coisa piora para quem tiver de fazer entregas na Urbanização das Laranjeiras, porque, de facto, existem em Altura duas urbanizações com este nome. Embora já existisse uma, há pelo menos dez anos, por coincidência numa das poucas ruas que têm nome – a Rua Direita –, o Município, quando no mandato anterior construiu um bairro social, junto à EN 125 (mesmo ao lado, autorizou, mais tarde. a instalação de uma bomba de combustíveis), decidiu baptizar o bairro com o mesmo nome, como se pode confirmar nestas imagens.

Não teria sido mais fácil para toda a gente se, à medida que Altura ia (vai) crescendo, fossem atribuídos nomes - ou mesmo números - às ruas que iam sendo construídas?