Neste blogue escreverei sobretudo sobre a freguesia de Altura. Todavia, não deixarei de abordar outros temas, sempre que o achar oportuno. E, por certo, não me faltarão ocasiões para isso.
18 dezembro 2005
04 outubro 2005
O estranho caso da Eurominas
O caso resume-se assim, com a devida vénia ao PÚBLICO e a José António Cerejo:
Em 1973, o Governo de Marcelo Caetano decretou a desafectação de terrenos do domínio público marítimo, em Setúbal, destinados à construção pela Eurominas de uma fábrica para produção de ligas de manganês. Dois anos depois a Eurominas inicia a actividade, beneficiando de um contrato de fornecimento de energia válido por dez anos, a preços muito favoráveis, apoiados pelo Estado.
Em 1984, terminado o período contratual, a EDP passa a facturar a preços de mercado. A Eurominas não paga e a EDP acabará por suspender o fornecimento em 1986. Em consequência, a Eurominas cessa a actividade que justificara a desafectação da área pertencente ao domínio público.
O decreto de 1973 que concedera os terrenos públicos para a construção da fábrica, previa expressamente que em caso de cessação de actividade, toda a área cedida regressaria à posse do Estado, bem como as obras e benfeitorias realizadas. Nesta conformidade, o Governo de Cavaco Silva decreta, em Maio de 1995, a reversão dos terrenos para o domínio público, com perda das obras e benfeitorias realizadas e sem direito a qualquer indemnização.
Entretanto, ainda nesse ano, a Eurominas inicia duas acções judiciais. Uma pedindo a suspensão da eficácia, a outra a anulação do decreto de reversão. Relativamente à primeira é derrotada em todas as instâncias e a segunda nunca chegou a ser julgada, pelos motivos que se verão mais adiante.
Em Outubro do mesmo ano, depois da tomada de posse do Governo de Guterres, a Eurominas inicia contactos com o ministro António Vitorino tentando um acordo extrajudicial que anule a reversão sem indemnização. Nos dois anos seguintes prosseguem as negociações, não só com o gabinete de Vitorino, mas também com o secretário de Estado José Lamego.
Em finais de 1997, António Vitorino, José Lamego e Alberto Costa saem do Governo e vão trabalhar juntos numa sociedade de advogados que constituiram.
Em Abril de 1998, a Eurominas e o Estado assinam um protocolo em que o Estado se compromete a indemnizar a empresa para que esta abandone os terrenos (que de facto não lhe pertenciam). Dois meses depois reúne-se pela primeira vez o grupo de trabalho que vai decidir qual o valor da indemnização a pagar pelo Estado. Como representante da Eurominas senta-se à mesa das negociações o anterior secretário de Estado, José Lamego. Em Dezembro de 1999, o grupo de trabalho cessa funções depois de os representantes do Estado terem recusado, por unanimidade, o montante indemnizatório proposto pelo juiz que presidiu à negociação (juiz que era tio do então chefe de gabinete de Guterres).
Em Março de 2000, a Eurominas, representada pelo escritório de advogados de José Lamego, António Vitorino e Alberto Costa, retoma os contactos com o Governo, representado pelo secretário de Estado Narciso Miranda, propondo-se aceitar a indemnização proposta pelo juiz.
Em Maio de 2001 é assinado o protocolo entre o Estado, representado por José Junqueiro, secretário de Estado, e a Eurominas que fixa a indemnização acima referida.
O que fica escrito, apesar de algo extenso, é apenas um breve resumo do excelente e corajoso trabalho do jornalista, que vale a pena ler na íntegra.
Apenas me refiro a ele agora porque sempre esperei que outros pegassem no assunto. Estranhamente caiu um manto de silêncio sobre o caso. Nem outros órgãos de comunicação, nem partidos políticos a ele se referiram. Ninguém!
Percebo que o PSD, ou mesmo o CDS se calassem. Afinal, não valia a pena atearo fogo que poderia queimá-los. Mas o PCP e o BE silenciaram o tema por quê? Que raro pudor os trava?
Responda quem souber.
P.S. – Talvez este seja um dos caminhos para ajudar a perceber as sucessivas recusas de Vitorino em aceitar cargos políticos relevantes.
Cuidado com os estacionamentos
O que talvez não saibam é que por esse país fora há mais quem pense que a via pública, junto à sua casa, lhe pertence. Se não acreditam vejam a fotografia, tirada em Altura.
Felizmente para ela, a nossa presidente da Junta ainda não tentou remover os obstáculos. Quem sabe o que aconteceria...
Candidatura da CDU
Apareceram ontem os primeiros cartazes colocados em modestos placards, denunciadores de penúria financeira, que talvez justifique a falta de visibilidade até esta altura.
Sucede que nas pesquisas que fiz, incluindo o site oficial do PCP, não encontrei notícia desta candidatura. Daí o erro em que incorri.
Aqui fica a devida correcção, com o meu pedido de desculpas.
02 outubro 2005
Campanha (II)
De acordo com a maior parte das opiniões, o actual presidente e recandidato pelo PSD, dá-nos mais do mesmo: faz um extenso rol de promessas. No fundo, a repetição das que foi feito há oito e há quatro anos.
O candidato do PS foi vereador e braço direito do último presidente da Câmara eleito pelo PS. Ao que me dizem, sem que se tenha notado nada de relevante na sua acção.
Mais do mesmo, portanto, seja quem for o eleito. Apesar disso, parecia haver uma tendência no sentido de dar outra oportunidade à candidatura do PS, o que me surpreendeu, porque os observadores "qualificados" apontam para uma vitória sem problemas do actual presidente.
Do que ouvi, concluí que para além de muita indiferença, há um enorme cansaço. E, nalguns, um desejo de mudança, ainda que só pela mudança. Mais do que a crença de que elegendo o engenheiro Domingos as coisas melhorarão.
Afinal ao longo de todos estes anos, ninguém foi capaz de resolver o problema que mais afecta a população de Altura: a remoção da malfadada ETAR.
Para quem não conhecer, eu explico.
A ETAR fica situada na principal avenida da freguesia e encontra-se rodeada de moradias e prédios de apartamentos. O cheiro que deita é nauseabundo, além de ser um viveiro de mosquitos que infestam toda a localidade.
Há meia dúzia de anos, no mês de Agosto, apertado pelos moradores revoltados, e diante das câmaras da TVI, que compareceu no local, o presidente da Câmara reconheceu o óbvio: a razão que assistia às pessoas, garantindo que no Verão seguinte o problema estaria resolvido. Promessa de político mentiroso, claro (acaba de poisar um passarinho no meu ombro soprando-me que "político mentiroso" é um pleonasmo. Será? Duvido. No meio de tantos milhares de políticos, profissionais ou nem tanto, há-de haver algum que diga a verdade. O facto de eu não o conhecer é, por certo, fruto do acaso).
O povo desta terra nem sequer é muito exigente, pelo que dispensa as longas listas de promessas de qualquer dos candidatos. Nós, tal como eles próprios, sabemos que cumprir todo aquele chorrilho de utópicos projectos é impossível. Contentamo-nos com pequenas coisas.
Por exemplo, há três dias atrás, dava um dos meus passeios, quando ao passar na rotunda junto ao restaurante Bata-Que-Eu-Abro (passe a publicidade, de que eles não precisam), vi que alguém tinha colado num dos contentores de recolha do lixo uma folha A4, na qual pedia/sugeria/reclamava: "CHEIRO MAL! POR FAVOR LAVEM-ME".
Quando, hoje, por lá passei, a folha tinha sido arrancada - provavelmente pelo pessoal que faz a recolha - mas o contentor, como acontece com todos os contentores de lixo de Altura, que nunca devem ter visto água , continuava sujo e a deitar o pivete do costume. Qualquer Serviço, de qualquer Câmara que se preze e respeite os munícipes, procede à lavagem regular de contentores. Por muito cuidado que haja (e reconheço que cá, como em muitos outros locais, há quem despeje o lixo directamento do balde para o contentor), ao fim de algum tempo acumulam-se resíduos, com o mau cheiro e as nuvens de moscas.
Subscrevo o apelo do referido morador: POR FAVOR, LAVEM OS CONTENTORES DE VEZ EM QUANDO!
Outra coisa simples de resolver, consiste na mudança dos contentores que se encontram na Rua D. Dinis, em plena faixa de rodagem, com todos os perigos que a situação acarreta. E não seria difícil. Os contentores colocados junto ao hotel Azul Praia (de que junto fotografia), podem ser deslocados para o outro lado da rua, onde seriam feitos os necessários recortes, pois o passeio tem espaço mais do que suficiente para o efeito. Quanto aos contentores que se encontram mais adiante, no sentido da Av. 24 de Junho, ser-lhes-ia aplicada a mesma medida. Se o passeio é suficientemente largo para servir de estacionamento à camioneta de um morador, que não está para se maçar a estacioná-la no espaço que possui na sua moradia, também o é para fazer os recortes.
Isto são apenas dois exemplos, que nem sequer constituem um ovo de Colombo. Basta actuar com bom senso, em vez de desperdiçar tempo e dinheiro com ninharias inúteis e acintosas.
Como, por exemplo, remover meia dúzia de pequenas rampas de acesso para carros, que não incomodavam ninguém (ver post de 27/07/05). A não ser alguém que, eventualmente, sofra da síndrome do "Aqui quem manda sou eu"!
Mas para esses também já há tratamento.
30 setembro 2005
A campanha
O site está feito de forma um tanto artesanal. Verifica-se alguma falta de preparação dos seus autores no campo da Língua Portuguesa. A fim de não os envergonhar, dispenso-me de citar aqui vários "lapsos" denunciando a existência de um conflito com a Língua materna. Porém, permito-me sugerir que, além da
"• Construção da escola do 1.º e 2.º ciclo do Ensino Básico em Altura, garantindo assim um Parque Escolar de primeira qualidade aos alunos do concelho. O projecto está aprovado e financiamento garantido;"
seja incluido no programa de acção da candidatura, uma atenção especial ao ensino do Português, não só aos jovens frequentadores das escolas concelhias, mas também aos adultos que, pela amostra, não tiveram a sorte de terem tido, no seu tempo, um presidente de Câmara atento e interessado.
As Linhas programáticas do programa eleitoral do Partido Social Democrata para Castro Marim abrangem um elevado número de obras, que muito beneficiariam os moradores do concelho, se esta ou qualquer outra candidatura conseguisse levá-las a termo. Infelizmente, todos sabemos que se trata de show-off, sempre necessário nestas alturas, mas normalmente esquecido na segunda-feira seguinte ao dia as eleições.
A maior parte de nós, que se contentava apenas com o trivial, mas feito em condições, não exigiria sequer metade do que nos é prometido. Aliás, o cumprimento de muitas das promessas não depende (ou não depende apenas) da vontade da equipa que nos vai governar, pelo que devia haver algum cuidado em evitar falsas esperanças - que acabam em desilusão - para os mais distraídos. São apenas os narizes-de-cera do costume.
Finalmente, uma rubrica que é habitualmente muito interessante, e que é sempre motivo de grande orgulho para os autarcas, remete-nos, lamentavelmente, para a seguinte página:
Obra Feita
Página em construção
Não me passa pela cabeça que nada tenha sido feito nos últimos quatro anos, ou que alguém tenha vergonha do que fez (o que se calhar, aqui e ali até teria razão de ser). Mas então por que é que falha a informação?
Outra falha no site, é a falta de um endereço para onde o eleitor possa enviar as suas dúvidas, sugestões, ou qualquer outro tipo de questão.
Mas, a existência desta forma de comunicar e informar é louvável. Ao contrário do que acontece com as restantes candidaturas, sei quem são e o que fazem os candidatos e, na maior parte dos casos, reconhecê-los-ei pelas fotos inseridas.
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No que respeita às ideias das candidaturas do PS e do CDS, nada posso escrever.
O PS fez um jantar, tem andado por aí com uns automóveis, umas bandeiras, música, mas é tudo. Não tenho qualquer informação para além da que aparece nos outdoors. Isto é, nada.
Quanto ao CDS, nem novas, nem mandados. Está desaparecido. Ou melhor: nunca apareceu.
22 setembro 2005
Em jeito de correcção
Por isso, impõem-se duas correcções :
Assim, no site cujo endereço indiquei, já não somos, hoje, redireccionados para o ideias frescas: aparece o cartaz de campanha do dr. Estevens, com a indicação de que o site está em construção. Tenhamos esperança de que ainda por lá apreçam informações úteis para o nosso esclarecimento.
Por outro lado, o PS à míngua de ideias, que não apresenta, colocou hoje novos cartazes, em substituição dos anteriores. Pode ser que ainda haja programa.
20 setembro 2005
Pré-campanha em Altura
Enganei-me redondamente quando escrevi, no meu post de 29 de Julho, último, que em breve iriamos ter Altura invadida por cartazes de campanha. De facto, pelo menos por onde circulo apenas se vêem outdoors do PS. Ao que parece, Castro Marim não é um concelho particularmente apetecível para os aparelhos partidários. Apenas concorrem três forças políticas: PSD, PS e CDS.
Não faço a menor ideia de quais são as ideias ou projectos dos candidatos para os próximos quatro anos. No caso do CDS sei o nome do candidato à Câmara, porque fui ver ao site do partido, que se limita a indicar o nome do cabeça de lista. Quanto aos restantes candidatos, nada.
A mesma coisa no que se refere ao PS, embora neste caso haja diversos outdoors espalhados pela freguesia. Sei, pois, o nome do candidato e sei também que tem como lema "PROJECTAR O FUTURO". De que forma tenciona projectar o futuro (e qual futuro, perante o arraial que anda por esse país fora, espero que não seja o dele), parece ser segredo.
Da candidata à Junta de Freguesia também pouca informação tenho. Sei o nome da senhora, conheço a fotografia e também que tenciona pôr "ALTURA EM MOVIMENTO", o que me assusta um bocado. Gosto de ficar calmamente por aqui, junto ao mar e a Ayamonte (com combustível muito mais barato - ontem a gasolina custava menos € 0,257 do que do lado de cá - e IVA a 4, 7 e 16%) . Além disso, tendo em conta a qualidade de construção (ou a falta dela) que se pratica na região, receio que o excesso de movimento não faça muito bem às casas.
Por fim a candidatura do PSD, para a qual todos prevêem a vitória. O actual presidente da Câmara recandidata-se, o que normalmente é meio caminho andado para a vitória.
Dizia recentemente um hoteleiro aqui da freguesia que o candidato do PSD ganhará menos por mérito próprio (parece que há muita gente descontente com a forma como conduziu os últimos quatro anos) e mais por falta de comparência do PS, que não terá apresentado uma personalidade marcante, e que, além da propaganda estática, parece ficar também estático, sem acção que se veja.
Aliás, o candidato do PSD deve sentir-se tão confiante que, não só não tem cartazes fixos colocados nesta freguesia - há alguns na sede do concelho - mas também ainda não deu a conhecer o seu programa para o próximo mandato, para lá do que já é conhecido: campos de golfe (há que dinamizar tão popular desporto entre os munícipes), hotéis e aldeamentos. O que sabemos é que pretende "CONTINUAR A ESCREVER A HISTÓRIA DO CONCELHO", o que, salvo melhor opinião, seria uma tarefa para os historiadores vindouros. Além disso diz-nos também o cartaz que "Ainda há muito para fazer". Sobre isso creio que recolherá a unanimidade de todos: há, efectivamente, "muito para fazer". Arregace as mangas e comece já, sr. presidente!
No que respeita aos problemas do dia-a-dia das populações, não sabemos quais as suas ideias, nem de que forma tenciona resolvê-los, ou pelo menos, minorá-los.
E, para que não se pense que existe parcialidade por parte do Recados de Altura na publicação das fotos dos cartazes, de que até agora só foram publicados os do PS, aqui vão duas fotos de um cartaz móvel que esteve nos últimos dias estacionado junto ao Mercado de Altura, a dar-nos música, por acaso agradável.
Escusavam - e disso não tem o candidato culpa - era de estacionar de forma a ocultar um sinal de trânsito importante.
Por outro lado, o referido cartaz remete-nos para o site www.estevens2005.com . Lá fui eu, pensando que ali iria encontrar todas as ideias da candidatura para os próximos anos. Frustração: fui reenviado para uma coisa chamada "ideias frescas" (que também fazem muita falta), onde não encontrei vestígios da candidatura do dr. Estevens.
Assim vai a pré-campanha do nosso desapontamento. Melhores dias virão, esperemos!
19 setembro 2005
Recado para o PÚBLICO
Depois de ter aumentado ao sábado porque passou a incluir a Xis , foi a vez da sexta-feira porque inclui o Inimigo Público - aqui dou o aumento por merecido -, do domingo, dia em que sempre foi mais caro , porque passou a incluir uma coisa chamada Kulto , supostamente dedicada aos mais pequenos e que foi objecto de uma carta da Dra. Maria do Carmo Vieira, em que era fortemente zurzido. Em aparte, acrescento que foi vergonhosa a resposta que o jornal deu àquela professora de Língua Portuguesa.
(Aliás, alguns jornalistas do PÚBLICO convivem muito mal com as críticas dos leitores. Talvez por isso, a Direcção voltou a deixar cair a figura do Provedor do Leitor, que foi efemeramente exercido pelo jornalista Joaquim Furtado (que, de resto, foi mais Pilatos do que Provedor) depois de um longo interregno. Volte, Joaquim Fidalgo!)
Voltando à vaca fria: o último aumento surgiu hoje, para surpresa dos leitores e, ao que parece, dos vendedores que, a fazer fé na funcionária da papelaria onde compro jornais e revistas, também só hoje souberam de mais esta investida no bolso do incauto leitor. O pretexto é uma nova revista de "economia" que substitui o anterior caderno das segundas-feiras.
Resultado: só às terças, quartas e quintas-feiras é que o jornal custa o preço que supostamente seria o normal.
Quem é que lhes disse que eu e muitos outros leitores estamos interessados numa revista que de economia parece trazer pouco? Os que estão realmente interessados compram jornais especializados e melhor informados sobre o tema. Só falta que um dia destes seja obrigatório que, para trazer o jornal, seja obrigatório comprar também o DVD, o livro, o CD, a concha da sopa, a cafeteira do café, a medalhinha de S. Anastácio e sei lá que mais,talvez um lote de acções da SONAE, pagando o respectivo preço, já se vê.
Isto para não falar na fraca qualidade do produto, enquanto obra de tipografia, que me chega diariamente às mãos. As folhas com vincos que quase obrigam a mandá-lo à engomadoria para conseguir ler todas as linhas, borrões de tinta ou falta dela dando origem a espaços em branco, culminando com a dobragem e corte das folhas, que por vezes, aparecem sem margem, omitindo as primeiras letras, ou as últimas, consoante o caso.
Há 15 anos deixei de comprar regularmente o Diário de Notícias que foi substituido pelo PÚBLICO. Talvez esteja na hora de fazer o caminho inverso. Afinal, alguns dos melhores jornalistas já seguiram o mesmo caminho.
15 setembro 2005
Voltando aos "Recados de Algés"
"Aproveito o ensejo para agradecer a sua colaboração certa que, só com a colaboração dos munícipes, é possível atingir a meta que nos propomos e se traduz na melhoria sistemática das condições de vida dos cidadãos.
A Chefe da Divisão Administrativa
Os trabalhos da Lisboagás em 2004 resultaram da necessidade de substituir a tubagem de gás existente, dado o tempo de vida útil da mesma ter terminado.
Os trabalhos da Lisboagás em 2005 resultam da angariação de novos clientes aos quais houve necessidade de providenciar o abastecimento.
O trabalho está a ser acompanhado por fiscais desta divisão."
Nem o facto de não ser esclarecida a razão primeira da questão colocada no referido "Recado" (a demora na reposição do passeio na situação anterior à obra), invalida o facto de aquela Câmara - pelo menos alguns Departamentos - ter uma prática democrática relativamente às reclamações/sugestões que lhe são colocadas.
Infelizmente este procedimento não é seguido por muitas outras autarquias que, aparentemente, interpretam os reparos feitos ao que está errado e que contribui para o mal-estar dos moradores, como ataques pessoais aos detentores dos cargos políticos - que, aliás, são por nós eleitos (às vezes à falta de melhor, ou porque não os conhecemos bem) - ou dos funcionários responsáveis, que até serão excelentes técnicos, mas que talvez estejam demasiado distantes das populações, bem como dos seus anseios.
Humildade democrática, precisa-se!
12 setembro 2005
Como funcionam os serviços da autarquia (III)
É claro que não me passa pela cabeça que esta moradia esteja a ser construida sem que tenham sido observados todos os trâmites necessários ao seu licenciamento e à passagem do correspondente alvará.
Mas a verdade é que o "alvará" colocado junto à obra está completamente em branco, como se pode comprovar pela fotografia a seguir inserida.
07 setembro 2005
Como funcionam os serviços da autarquia (II)
Porém, no caso que a fotografia acima, ilustra (e que não é caso único), como pode o condutor, por mais hábil que seja, levar o carro até à garagem, sem derrubar a caixa (da EDP? da PT?), mais o candeeiro? E que destino dará o proprietário à garagem onde não pode arrumar o carro?
Quem vistoriou a obra e emitiu a licença de utilização ter-se-ia esquecido dos óculos em casa?
Só pode!
"A LUTA CONTRA O MAL"
(...) Os partidos tomaram conta do Estado e puseram o Estado ao seu serviço. Os partidos sufocam e roubam o país. Muito bem. Mas como se vão reformar os partidos? Cortando as cabeças mais visívelmente nocivas? Marques Mendes tenta agora fazer isso. Parece que Isaltino, o impensável Valentim e algum peixe miúdo irão ser removidos para outras paragens. Só que este acto de higiene, em si mesmo louvável, não resolve a coisa. Há muitos Valentins pelo PSD, milhares deles, que não se agitam nem aparecem na televisão, Valentins discretos, quase anónimos, formiguinhas que tratam de si em grande sossego, sem abrir o bico, e contra esses Marques Mendes nada pode.
(...) Uma segunda escola filosófica vê a raiz do problema nas "Jotas" (para o leigo as "Juventudes": a JS, a JSD e congéneres). As "Jotas", dizem, são um viveiro de maldades. Caçam criancinhas na sua tenra idade e as criancinhas deixam de estudar para crescer entre a intriga, a calúnia e a manobra, até chegarem à Câmara do sítio ou a S. Bento e daí saltarem, já facínoras de carreira, a uma Secretaria de Estado ou a um Ministério. Abolir as "Jotas" fechava a torneira da peçonha. Infelizmente não fechava, dava por inteiro ao pai, ao tio, ao primo e ao cacique, principalmente ao cacique, a escolha do pessoal partidário. A Máfia nunca teve problemas de recrutamento. Os partidos também não teriam.
Existe, é claro, (...) a solução perfeita: o círculo uninominal (...). O círculo uninominal produziria deputados com uma verdadeira ligação ao povo (...). E esses deputados transformariam os partidos. Não transformavam (...) porque nesta ditosa Pátria nossa amada do círculo uninominal brotaria logo uma generosa torrente de Isaltinos, de Valentins, de Jardins, de Ferreira Torres. (...) Com o círculo uninominal, Marques Mendes, coitado, enlouquecia.
A maior parte das crónicas de Vasco Pulido Valente, padecem de uma enorme arrogância, da sobranceria de quem se sente iluminado, muito acima do comum dos mortais, a quem por vezes crítica com algum desfastio, mas claramente sem ilusões.
Desta vez o homem acertou na mouche. Não que isso nos valha de muito. Infelizmente os caciques vão continuar a cacicar.
02 setembro 2005
Como funcionam os serviços da autarquia? (I)
As três pérgolas que as fotografias mostram (e que são aqui apresentadas de forma aleatória), foram construidas na mesma zona de Altura, em ocasiões diferentes, mas com uma característica comum: a sua construção começou sem obtenção de licença camarária. Porém, duas delas tiveram as obras embargadas, e só foram concluidas depois de apresentados os projectos na Câmara e de obterem a necessária (às vezes) licença.
Segundo a versão corrente, partiu de uma técnica da autarquia residente na freguesia e que costuma passar na rua onde decorriam as obras - terá sido dela a iniciativa de mandar remover as pequenas rampas que foram tema do meu post de 27 de Julho, último -, a decisão do embargo. Inquestionável, de um ponto de vista estritamente legal. Mas uma medida que não é válida para todas as obras, feitas mais ou menos à vista de toda a gente.
Um dos exemplos do que acima afirmo é a terceira pérgola, que foi construida sem licença, apesar de mediarem três semanas entre o início e o fim da obra. Por onde andava quem fiscalização?
Ao referir este e outros casos semelhantes, que serão objecto de futuros posts, não me move qualquer intuito de prejudicar seja quem for, ou de me substituir aos serviços autárquicos na fiscalização de obras. Trata-se, isso sim, de denunciar a falta de coerência de procedimentos por parte dos serviços que, tal como no caso das rampas, actuam à sorte, num ou noutro caso, deixando a maioria impune.
Como diria o outro: "Fico chateado, pá! Claro que fico chateado!"
01 setembro 2005
O retorno à normalidade
Por falta de tempo, hoje apenas deixo aqui algumas fotos, já com algumas semanas.
Espero poder dedicar-me a outros temas, amanhã.
29 agosto 2005
Recados de Algés (III)
Em Outubro de 2004, uma conhecida frutaria abriu uma loja na Rua Rodrigues de Freitas, em Algés.
Independentemente das consequências desastrosas para os pequenos comerciantes da zona, ficou agravado, quer o já díficil processo de estacionar na rua, face aos estratagemas usados para garantir lugar aos seus veículos, quer o próprio trânsito, atendendo à ocupaçäo da faixa de rodagem; inicialmente na Av. da República. Agora mudaram para a rua acima citada, certamente por reclamaçöes de outros condutores. As fotos que se juntam foram tiradas pouco antes das oito horas de um dia da semana passada e mostram o "parque de cargas e descargas" da loja. Os outros que se arranjem!
Onde é que pára a Polícia?
Recados de Algés (II)
Junto ao Parque Anjos, no princípio da Alameda Hermano Patrone, existe uma árvore que teve há meses direito a um "recinto" especial, para sua protecçäo e do passeio que estava a ser afectado pelas raízes. Louvável, sem dúvida. Menos louvável a execuçäo do trabalho, que reduziu a largura do passeio a pouco mais de meio metro, que fica ainda mais reduzido quando os automóveis estacionam, ficando parte do compartimento do motor a ocupar o passeio.
Para dificultar mais a circulaçäo dos peöes existem ainda, num curto espaço, um poste da Carris e um sinal de trânsito, vertical. Com a aproximaçäo das eleiçöes decidiu a campanha do PSD colocar no mesmo sítio um outdoor de campanha. Näo seräo obstáculos a mais?
Um pouco mais à frente da árvore anteriormente referida encontra-se outro outdoor que, entre outras coisas, nos diz: "JARDINS E PALÁCIO ANJOS-COLECÇÄO DE ARTE DE MANUEL DE BRITO". Näo duvido que a colecçäo anunciada esteja exposta em qualquer outro lugar. No Palácio Anjos näo está por certo, visto que este, tal como os jardins, se encontra em obras e encerrado. Distracçäo?
Finalmente, custa muito instruir um jardineiro no sentido de proceder ao corte dos ramos das palmeiras que, no jardim junto à Marginal, atrapalham o passeio às pessoas?
Recados de Algés (I)
Mäo amiga fez-me chegar um e-mail que foi enviado em 16 do corrente para o Gabinete da Sra. Presidente da Câmara de Oeiras. Transcrevo a seguir o essencial dessa mensagem.
(...)
1 - No jardim de Algés, junto à Marginal e à Alameda Hermano Patrone, existem 4 caixas dispensadoras de sacos de plástico destinadas à recolha de dejectos caninos. A sua colocação merece os maiores encómios. Infelizmente, encontram-se frequentemente vazias, como acontecia hoje, de manha (conforme foto que junto - a propósito: a expressão " presente de cão" não me parece particularmente inspirada, tendo uma desnecessária conotação acintosa), e pelo menos desde há dez dias. Não será possível um pouco mais de atenção?
2 - Estão, não só muitas autarquias, mas também muitos particulares, entre os quais me incluo, empenhados numa prática de poupança de água, face ao problema da seca que assola o País. Neste contexto, é de difícil compreensão assistir a regas no jardim anteriormente citado, poucos minutos antes do meio-dia, debaixo de um Sol inclemente. Como é sabido, regar a essa hora é também uma forma de desperdiçar água.
3 - Na Rua de Olivença, igualmente em Algés, foram efectuadas em 2004 obras para abertura de valas, por uma empresa ao serviço da Lisbogás, que duraram intermináveis meses. Agora, a empresa voltou, provavelmente para rectificar trabalho mal feito. Sucede que os trabalhos que deveriam ter terminado em 29 de Julho, último, continuam inacabados, como se pode ver pela foto anexa, tirada hoje. Teremos que sofrer eternamente as consequências da impunidade de que parecem beneficiar estas empresas? Quem as fiscaliza? Ou não há fiscais?
(...)
Ontem mesmo, tive ocasiäo de verificar que a situaçäo se mantinha exactamente na mesma. Com uma diferença: näo havia jardineiros a regar. Fui informado de que a rega só é necessária de segunda a sexta-feira. Aos sábados domingos e feriados o jardim sobrevive sem rega, pelo que a dispensa. O que vem confirmar o desperdício que constitui o gasto de água diário .
Quanto aos sacos para o cócó dos cäes, as vozes do povo têm duas versöes.
Numa, o encarregado de abastecer as caixinhas carregou-as, foi de férias no mês de Agosto e - tal como na anedota em que um cavava e outro tapava o buraco, porque o que punha a planta tinha faltado - só voltará a haver sacos quando ele voltar.
Noutra, mais venenosa e em que näo acredito, haverá uma facçäo de responsáveis nos Serviços da Câmara que, pretendendo que a actual presidente perca as eleiçöes, pratica uma política de quanto pior, melhor.
Se calhar nenhuma corresponde à verdade. Será?
26 agosto 2005
Serviços mínimos
Vista parcial de Castro Marim (à esquerda, o edifício da täo cobiçada Câmara)
Este mês o blogue esteve de férias, ausente de Altura e em regime de serviços mínimos (para os quais contribuiram problemas informáticos durante dez dias). Assim continuará até ao princípio de Setembro. Depois, espera avançar a todo o vapor.
Entretanto, se estäo pelo Sotavento, näo deixem de visitar Castro Marim e as suas noites medievais, durante este fim de semana. Väo ver que näo daräo o tempo por perdido. Aliás, uma visita a Castro Marim nunca é tempo perdido.
Divirtam-se e, como dizia o Solnado, "façam o favor de ser felizes".
Outra vista parcial, com as marinhas de sal ( de excelente qualidade) e Ayamonte ao fundo
17 agosto 2005
Arte Pública
Neste caso, os vários artistas foram ajudados pelo facto de o lixo depositado nos contentores estar demasiado tempo sem ser recolhido por que o devia ter feito.
Na foto acima poderá parecer que um pintor desleixado e sem civismo abandonou os baldes de tinta na via pública, depois de terminada a obra. Falta de cultura do leitor, é o que é. Atentando melhor, poderá verificar, quer pela disposiçäo dos objectos, quer pela harmonizaçäo da cor, que estamos em presença de um artista com largo futuro no mundo artístico nacional. Também aqui a performance näo teria sido realizada sem a magnanimidade dos serviços de recolha de lixo, que permitiram que a instalaçäo pemanecesse vários dias em exposiçäo.
Aqui os artistas refinaram, pondo à prova os reflexos dos espectadores-passantes. Esta iniciativa artística situa-se numa ampla praça, equipada com alguns meios para a prática de desportos radicais. Durante o Veräo está aberto um quiosque-bar que coloca no passeio uma esplanada, com grande número de mesas e cadeiras, que por si só já dificultam o trânsito de peöes. Mas, como se isso näo bastasse, vários artistas anónimos resolveram criar uma espécie de clima complementar às actividades radicais, e väo-se revezando ao longo do dia na instalaçäo de viaturas no espaço deixado vago pela esplanada, possibilitando desta forma que a adrenalina dos transeuntes suba, ao saltarem do passeio para competirem com os automóveis na ocupaçäo da faixa de rodagem. Também esta manifestaçäo artística näo seria possível sem a benevolência das autoridades.
Bem hajam todos quantos contribuem para que tenhamos um Veräo mais interessante.
16 agosto 2005
A Bandeira Azul
Quer a praia de Altura (Alagoa), quer a de Manta Rota, näo foram contempladas em 2004 com o galardäo da Bandeira Azul, essencialmente devido aos problemas resultantes da existência de uma lagoa de águas residuais - vulgo, esgotos - situada entre as duas praias e a poucas dezenas de metros do mar.
Foi, por isso, com surpresa que constatei que, aquando da divulgaçäo da listagem das praias a quem foi outorgado o referido galardäo em 2005, dela constavam estas duas praias, visto que nada se tinha alterado.
Entretanto, a Organizaçäo que procede à atribuiçäo da Bandeira, retirou-a àquelas duas praias, por näo obedecerem aos critérios previamente definidos.
Mais recentemente, o jornal PÚBLICO reproduzia afirmaçöes de uma responsável da "Bandeira Azul", afirmando que a existência da lagoa configurava uma situaçäo de atentado à saúde pública.
Ontem, a Quercus divulgava uma lista de praias com água de má qualidade, que incluia a Praia da Lota. Para quem näo sabe, a Lota é uma praia confinante com a lagoa e fica situada entre a Manta Rota, de que é uma continuaçäo natural, e Altura.
Perante o que antecede, compreende-se mal - ou näo se compreende de todo, a näo ser pela proximidade das eleiçöes - a atitude revanchista do sr. presidente da Câmara de Castro Marim de mandar retirar as Bandeiras Azuis das praias do Cabeço e Verde. Com a sua decisäo vai por certo afastar veraneantes daquelas praias, com evidentes prejuízos para quem ali ganha, a duras penas, o seu sustento.
Voltarei ao problema das "águas residuais" de Altura, num próximo post.
09 agosto 2005
Vamos a Ayamonte
Alguns dos meus amigos ficam espantados quando lhes digo os preços de artigos que compro no comércio espanhol.
A verdade é que, näo só o seu nível salarial é bem mais elevado que o nosso, para profissöes equivalentes, mas também o custo de vida é mais baixo, no que se refere a bens essenciais. Ou nem täo essenciais assim: um automóvel de gama média pode custar menos cinco ou seis mil euros do que em Portugal.
As fotografias que junto foram tiradas há poucos dias, com poucos minutos de intervalo.
A primeira mostra o último posto da BP antes da fronteira portuguesa.
A segunda refere-se ao primeiro posto, igualmente da BP, do lado espanhol.
As imagens quase dispensam mais palavras. Quero apenas sublinhar que a gasolina Eurosuper (que é a nossa 95) é mais barata em Espanha do que o gasóleo em Portugal.
Se vierem para estes lados, aproveitem. E divirtam-se.
08 agosto 2005
A seca é uma seca
Nesta onda delirante da seca, até há, agora, uma publicidade na TV aconselhando-nos a tomar o duche ou o banho de imersäo em 5 minutos. Primeiro, ninguém enche uma banheira para tomar banho de imersäo a correr. Segundo, nem devem falar em banho de imersäo se querem mesmo incentivar a poupança de água.
A menos que seja propaganda como a que fazem algumas autarquias que, por um lado, dizem à populaçäo que evite regar jardins, lavar carros, etc. (recomendaçöes que caem em saco roto. Aliás, ainda näo ouvi nada sobre a rega de campos de golfe), por outro, regam diariamente os espaços ajardinados, sem cuidar de o fazer às horas mais convenientes (durante a noite, como qualquer agricultor sabe), mesmo se o sistema de rega é automático.
Estas duas fotografias de espaços públicos, comprovam-no.
As restantes, säo apenas três exemplos de sistemas de rega de jardins, cujos donos estäo ausentes durante a maior parte do ano e que funcionam todos os dias, seja Veräo ou seja Inverno, faça sol ou faça chuva. E que näo se limitam aos seus pequenos espaços. Aparentemente têm receio que o alcaträo seque.
03 agosto 2005
O rebanho
Há hábitos e usos enraizados, que podendo parecer estranhos a quem vem de fora, constituem a normalidade para quem aqui nasceu e vive desde sempre.
As fotografias que um leitor amigo me fez chegar, servem para ilustrar um modo de vida que nos faz recuar quarenta ou cinquenta anos atrás.
E também o pastor näo deixa de nos saudar.
Quem cresceu numa pequena localidade da província, sabe do que falo.
01 agosto 2005
O post de 27 de Julho, último, parece que acabou por trazer mais meia dúzia de leitores. O autor da mensagem que postei (que nome feio!) divulgou o endereço do blogue e um novo leitor chamou-me a atenção para outro assunto.
Há cerca de um ano a Câmara Municipal mandou pessoal e máquinas para limpar uma faixa de terreno ao abandono, que mais parecia um matagal, e onde alguns moradores aproveitavam para despejar entulhos e outros restos de pequenas obras. Depois, colocou uma placa proibindo o despejo de lixo e entulho, sob pena de incorrerem em coimas. Os moradores das duas pequenas urbanizações que ladeiam aquele terreno agradeceram.
Sem qualquer outra acção preventiva, os arbustos voltaram naturalmente a crescer, com o cortejo normal de inconvenientes: caracóis que trepando os muros acabam por invadir os pequenos espaços verdes, insectos voadores e rastejantes que, aproveitando portas e janelas abertas, entram pelas casas sem pedir licença, ou ainda o pólen, com consequências nefastas para quem sofre de alergias, tudo acaba por causar forte incomodidade.
Sucede que agora toda aquela vegetação secou e, além de viverem na desagradável situação de terem um "matagal" à porta, o que assusta quem lá mora é a possibilidade de alguém, inadvertidamente ou não, incendiar as ervas e arbustos. Parece-me que, nestas circuntâncias, o receio tem razão de ser.
O morador que me alertou para a situação - e que me forneceu as fotos - escreveu um e-mail à Câmara, que lhe respondeu (em carta registada com aviso de recepção!!!! - para onde vai o nosso dinheiro, quando bastava clicar em Responder), informando que tinha contactado o proprietário para que procedesse à limpeza do terreno.
Não seria mais prático e expedito fazer como há um ano, procedendo os serviços camarários à limpeza e, se for caso disso, debitar o dono do lote?
Ou no ano passado o serviço foi clandestino? Até parece....
29 julho 2005
Talvez porque choveu anteontem, apareceram ontem os primeiros cogumelos - perdão, cartazes eleitorais - em Altura.
Os autores da proeza são os candidatos do Partido Socialista à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia. Esperemos que a propaganda destes e dos restantes candidatos, que por certo não tardarão a invadir tudo quanto é rotunda ou cruzamento, seja retirada sem demora, logo a seguir às eleições.
Esta retirada deve incluir os cartazes, as armações que os suportam e a reparação dos buracos nos passeios.
A este propósito gostaria desde já de deixar aqui a minha primeira declaração de voto.
Votarei no(a) candidato(a) que garantir que:
A recolha do lixo será feita ao menos três vezes por semana durante a época baixa e todos os dias na época alta (e que os funcionários recolherão os resíduos de todos os contentores, independentemente da quantidade que tiverem - já assisti à passagem de um carro de recolha, em que um dos funcionários saltou, abriu a tampa do contentor, fechou e seguiu, deixando meia dúzia de sacos sem os recolher. Achou provavelmente que a quantidade não justificava o trabalho);
Os passeios de Altura serão limpos de ervas daninhas durante todo o ano, e não apenas em Julho para benefício dos veraneantes de Agosto (mês em que param por cá alguns políticos);
Esta passagem esteve assim até há três dias. Entretanto já foi limpa (e há equipas de pessoal a limpar aceleradamente os outros passeios - Agosto está aí)
Os cantoneiros procederão à eficiente limpeza das caldeiras das árvores, deixando-as livres de montes de folhas secas, embalagens de iogurtes e sumos, etc. (nestes casos, consequência da falta de educação dos "passantes";
Não repetirá erros do passado em que foram autorizadas (ou pelo menos consentidas) construções que obrigam os peões a circular na faixa destinada às viaturas;
Ainda que pareça incrível esta varanda está a menos de um metro do chão e ocupa toda a largura do passeio
Tomará providências para que cafés e restaurantes instalem as suas esplanadas de forma a deixarem espaço nos passeios, evitando que, também aqui, os peões tenham de circular em competição com as viaturas;
Não se esgotam aqui, e agora, as condições que ponho aos candidatos para obterem o meu voto, mas não quero tornar este post demasiado longo. Voltarei ao assunto noutro dia.